Paulo Câmara vai reter 70% das vacinas para trabalhadores estaduais da saúde e repassará para prefeituras 30% restantes

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jamildo

Publicado em 22/01/2021 às 14:10
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O Governo de Pernambuco decidiu reter 70% (setenta por cento) das doses de vacinas de covid-19 recebidas em Pernambuco, destinando estas doses para os trabalhadores da área de saúde da rede estadual. As prefeituras receberão apenas os 30% (trinta por cento) das doses recebidas em Pernambuco.

Oficialmente, a decisão formalizada pela Secretaria Estadual de Saúde foi fruto de um "pacto" com os secretários municipais de Saúde, vinculados às prefeituras.

Segundo o texto oficial do "pacto", do "montante das doses recebidas pelo Estado de Pernambuco para vacinação do COVID-19 para os trabalhadores da saúde, 30% serão de competência municipal e o remanescente será destinado para cobertura das unidades de referência ao tratamento da COVID-19 sob gestão estadual".

A justificativa para o "pacto" foi que as "doses recebidas para Campanha de Vacinação na primeira fase contra a COVID-19 contemplam neste momento apenas 34% dos trabalhadores da saúde, as pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, povos indígenas aldeados e pessoas com deficiência institucionalizadas".

ACORDO

O "pacto" foi assinado, nesta quinta-feira (21), pelo secretário estadual André Longo e por José Edson de Sousa, secretário municipal de Saúde de Gravatá, no Agreste, que é o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco (COSEMS/PE).

Não escapou à oposição que Gravatá é governada pelo PSB, tendo como atual prefeito o Padre Joselito.

José Edson de Sousa, além de atual secretário de Saúde de Gravatá, também é ex-prefeito de Brejo da Madre de Deus. Ele foi prefeito entre 2009 e abril de 2013, quando teve o diploma cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sendo retirado da Prefeitura de Brejo da Madre de Deus por ordem judicial. Na ocasião, o TRE acusou José Edson de supostamente utilizar veículos da prefeitura para suposta promoção de sua candidatura em uma festa junina, durante o período eleitoral.

Até aqui,  não se ouviu gritaria dos prefeitos com o "pacto" e nem que tenha ido procurar informações com os respectivos secretários de saúde, antes de se pronunciarem abertamente.

ALDEIA INDÍGENA NA CIDADE DO RECIFE

Já um secretário municipal de Saúde de Prefeitura de oposição, também sob reserva de fonte por enquanto, aponta um suposto possível favorecimento da Prefeitura do Recife, comandada pelo PSB, na distribuição das vacinas no "pacto".

Segundo esta fonte, de acordo com a Resolução CIB/PE 5393 de 20 de janeiro de 2021, que foi assinada pelo secretário estadual André Longo, a Prefeitura do Recife recebeu 391 doses da vacina para "povos indígenas vivendo em terras indígenas" na primeira distribuição de vacinas em Pernambuco.

"Onde fica esta aldeia indígena no Recife que vai receber tantas vacinas?, ironiza a fonte, sob reserva.

Segundo o site oficial da Fundaj, órgão do Governo Federal, não existem terras indígenas na cidade do Recife.

"Existem legalmente em Pernambuco, sete grupos indígenas: os Fulni-ô, em Águas Belas; os Pankararu, nos municípios de Petrolândia e Tacaratu; os Xucuru, em Pesqueira; os Kambiwá, em Ibimirim, Inajá e Floresta; os Kapinawá, em Buíque os Atikum, em Carnaubeira da Penha e os Truká, em Cabrobó. Essestrês últimos grupos foram identificados mais recentemente", informa o site da Fundaj.

"Esta suposta aldeia indígena do Recife recebeu sozinha mais vacinas que a maioria das cidades do Estado. Teve Município que só recebeu 70 vacinas", questiona a fonte, vinculada a um prefeito de oposição ao PSB, sob reserva.

O OUTRO LADO

Com a palavra, a Secretaria Estadual de Saúde, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde e a Prefeitura do Recife, caso queiram se pronunciar.

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