Secretário de Turismo se diz animado com venda do Centro de Convenções
Nesta segunda, cumprindo as formalidades, o governo do Estado realiza a esperada audiência pública sobre o processo de concessão do Centro de Convenções de Pernambuco.
Como mostrou o blog mais cedo, com exclusividade, os grandes players do mercado estão de olho nessa concessão estadual.
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Um dos exemplo é a GL Eventos, um player mundial e que acabou este mês de janeiro de ganhar a concessão do centro de convenções do Anhenbi, em São Paulo. Por sinal, a consultoria que conduziu essa concessão paulista é a mesma empresa que está conduzindo este processo do Cecon de Pernambuco. Eles conhecem os dados.
O detalhe é que a GL Eventos já tem a concessão de Salvador e Natal, gerando nos empresários locais o receio de monopolização. Neste contexto, a empresa privada fica dono do mercado e leva os eventos para onde achar mais conveniente, se não houver concorrência.
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Por isto as empresas esperam que haja participação de outros agentes privados, como Expo Norte. Na semana passada, havia gente na área de feiras e eventos de Recife querendo formar consórcio para concorrer, mas o investimento é muito elevado.
Pois bem.
Como parte do diálogo público iniciado acerca do projeto de concessão do Centro de Convenções de Pernambuco à iniciativa privada, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), a Secretaria de Turismo e Lazer (Setur) e a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) realizaram, na manhã desta segunda-feira (1º), uma audiência pública online.
A atividade é uma das etapas do processo de concessão do complexo de eventos do Governo do Estado e contou com a participação do secretário Marcelo Bruto e do executivo Marcelo Sandes (Seduh) e do secretário Rodrigo Novaes (Setur) e do presidente da Empetur, Antonio Neves Baptista.
O evento foi realizado por meio do canal do Governo de Pernambuco no YouTube.
Durante duas horas, foram apresentados os detalhes do estudo feito pela Houer Consultorias e Concessões, que embasarão futura licitação para administração, operação, manutenção, exploração comercial e modernização do equipamento por um prazo de 35 anos.
Com a finalidade de desenvolvimento da infraestrutura turística de Pernambuco, o estudo prevê a exploração da área interna e externa do Cecon, com adoção de medidas de sustentabilidade, modernização predial e requalificação.
A audiência serviu ainda para que fossem colhidas contribuições de representantes de entidades do setor de turismo de negócios e eventos.
Eles puderam dar declarações ao vivo (com inscrição prévia e acesso pelo aplicativo zoom) e também pelo chat do YouTube.
A coleta de contribuições segue até a próxima sexta-feira (5/2), por meio do e-mail para [email protected].
Posteriormente, todos os aportes serão reunidos em relatório a ser acrescido aos estudos da Houer. Em seguida, toda a documentação seguirá para apreciação pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Para o secretário Marcelo Bruto, a audiência cumpriu o seu papel de contribuir com uma modelagem que irá atender aos anseios do trade e dos usuários.
"Nós temos o objetivo de melhorar a gestão do Centro de Convenções e de promover uma requalificação que atenda ao seu público. Todo o trabalho está sendo feito neste sentido. As contribuições de hoje foram muito ricas e serão analisadas detalhadamente para que possamos todos contribuir com esse processo de concessão", ponderou.
O secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes, também saiu bastante animado do encontro.
“O Centro de Convenções é um equipamento importantíssimo para Pernambuco. Temos certeza de que toda esta preparação que estamos tendo é importante para garantir transparência ao processo. O empresariado de turismo de negócios do Estado sempre nos cobrou a modernização do Cecon, então estamos empenhados neste processo, que será essencial para a requalificação do espaço”, disse Novaes.
Todos os arquivos referentes ao projeto estão disponíveis, para download, no site do PPPE. É possível conferir todas as modelagens socioambientais; de mercado e demanda; engenharia e arquitetura; econômico-financeira e jurídica. Os estudos apontam para um modelo de concessão de uso com outorga onerosa. O futuro edital de licitação prevê uma disputa pelo maior valor de outorga, estimado em a partir de R$ 4,8 milhões.
O projeto, que terá a Empetur como poder concedente, prevê investimentos de R$ 39 milhões na requalificação, dos quais cerca de R$ 21 milhões devem ocorrer nos primeiros 24 meses da concessão, além de R$ 541,9 milhões de investimentos na operação ao longo do contrato.