João Campos volta atrás e exonera gerentes da Secretaria de Saúde investigados por supostos indícios de irregularidades na pandemia

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jamildo

Publicado em 10/02/2021 às 15:40
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Na semana passada, a deputada estadual Priscila Krause (DEM) reclamou publicamente que a gestão João Campos havia mantido à frente de sete cargos de chefia administrativa da Secretaria de Saúde os mesmos servidores que coordenaram o processo de aquisição de equipamentos, medicamentos e insumos assistenciais para a pandemia, um conjunto de contratações via dispensa de licitação que chegaram a somar, só na Secretaria de Saúde, mais de R$ 410 milhões - o maior conjunto de despesas emergenciais por habitante de todas as capitais do País, de acordo com a parlamentar.

A parlamentar lembrou que João Campos, ainda como candidato, havia dito em entrevista à Rádio Jornal que “confiava na equipe” depois de ser questionado sobre as denúncias de malversação de recursos na Pasta.

Pois bem.

Sem alarde, o prefeito João Campos (PSB) exonerou ontem (9), através de portarias publicadas no Diário Oficial do Município, as chefias de quatro gerências administrativas da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau): Compras e Serviços; Regulação; Administração e Conservação da Rede.

De acordo com a parlamentar, os responsáveis – três cargos comissionados e um servidor efetivo – estavam à frente das gerências desde a administração Geraldo Julio e foram nomeados em janeiro pelo novo prefeito para continuar os trabalhos na gestão municipal.

"Os responsáveis pelas quatro gerências são investigados por órgãos de fiscalização como o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) devido a indícios de irregularidades nas contratações e compras para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. Em 2020, a Secretaria de Saúde foi alvo de sete operações da Polícia Federal e de 41 auditorias especiais em andamento no TCE", comentou a democrata.

De acordo com Priscila Krause, seria fundamental que a gestão atual da Prefeitura do Recife respeite o trabalho dos órgãos de controle e tenha “real zelo” por cada tostão enviado pelo Sistema Único de Saúde para salvar vidas na rede municipal.

“É evidente que é preciso aguardar o desfecho das investigações para que a Justiça e os órgãos de controle tomem as medidas cabíveis contra os responsáveis, mas manter tudo como estava, diante de tantos elementos já constatados pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal, Estadual, pela equipe técnica de auditorias do TCE, é um acinte contra o cidadão recifense. Eu digo e repito que o novo prefeito deveria ler o resultado de cada auditoria já finalizada no TCE. O prejuízo alcança muitas dezenas de milhões e nós vamos ser insistentes para que o cidadão recifense não seja vítima duas vezes: da pandemia e da corrupção”, declarou.

No levantamento que a parlamentar fez, da estrutura atual da Secretaria de Saúde, ainda seguem à frente dos mesmos cargos desde a gestão Geraldo Julio o Gerente de Assistência Farmacêutica, o Gerente de Apoio Jurídico, Administração e Finanças e a Diretora Executiva de Administração e Finanças.

"Os indícios de irregularidades nas compras emergenciais da Pasta para o plano de contingência da pandemia envolvem a aquisição de aventais, agulhas, coletores de urina, luvas cirúrgicas, luvas de procedimento, máscaras de não reinalação, medicamentos, monitores multiparamétricos, ventiladores, cateteres, filtros higroscópicos, camas, macas e poltronas hospitalares, aparelhos de Raio-X, entre outros."

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