Gestão de Keko do Armazém diz que Lula Cabral deixou 'herança maldita' na cultura do Cabo

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José Matheus Santos

Publicado em 12/02/2021 às 9:29
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O governo de Keko do Armazém (PL) fez duras críticas, nesta quinta-feira (11), à gestão anterior do Cabo de Santo Agostinho. Em nota à imprensa, a Prefeitura da cidade afirma que, "nos últimos anos", a cidade caminhou "para o descaso com a cultura regional". O pronunciamento faz referência ao governo de Lula Cabral (PSB).

"O novo prefeito Keko do Armazém recebeu uma herança amarga do antigo gestor do município, Lula Cabral, que durante o seu último mandato extinguiu a Secretaria Executiva de Cultura, promovendo uma verdadeira desvalorização dos artistas e equipamentos culturais do município", diz a nota.

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A gestão de Keko aponta como exemplos do suposto descaso a situação em que se encontram o Centro Cultural Mestre Dié e o Teatro Barreto Júnior.

"O Teatro Barreto Júnior, que já revelou diversos atores e atrizes, palco de grandes artistas como Zé Geraldo e grupos como o Teatro de Amadores de Pernambuco, hoje encontra-se abandonado e cinza. A casa de espetáculos sofreu um incêndio em maio de 2017, início da gestão de Lula Cabral, e desde então as ruínas só aumentaram, um verdadeiro amontoado de lixo e resquícios cinzas", afirma a prefeitura.

"No Centro Cultural Mestre Dié, não houve incêndio, mas o sentimento de descaso é o mesmo. O local, que já ofereceu anos atrás refúgio para a população, exalando cultura, educação e conhecimento, hoje está desmoronando. A fachada corre risco de cair e portão não existe. Ao entrar, a situação é ainda pior. Diversas salas com o teto caindo, fios expostos e infiltrações. Um verdadeiro vazio e silêncio, num local que um dia foi conhecido pelo batuque e formação de pessoas", acrescenta o governo de Keko.

A atual gestão ainda alega que o Teatro Francisco Alves "nem chegou a funcionar" e aponta o local como um "elefante branco".

"A construção está há mais de 8 anos atrasada e já foram gastos R$ 12 milhões a mais em relação ao projeto original. Porém, nunca saiu do papel", finalizam.

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Keko e Lula Cabral

Keko do Armazém (PL) foi eleito prefeito do Cabo nas eleições de 2020, vencendo Lula Cabral (PSB), de quem era vice-prefeito entre 2017 e 2020.

Keko rompeu com Lula Cabral em dezembro de 2019, dois meses após Lula Cabral ter retornado ao cargo de prefeito após quase um ano afastado pela Justiça do cargo.

Entre 19 de outubro de 2018 e 14 de janeiro de 2019, Lula Cabral passou quase três meses preso no Centro de Triagem e Observação Criminológica (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, por suspeitas de desvio de R$ 92,5 milhões do fundo previdenciário municipal.

Nesse período, Keko, ainda no PDT, comandou o Executivo municipal como prefeito em exercício.

Apesar de ter deixado a prisão em janeiro de 2019, o afastamento de Cabral do cargo seguiu até outubro do mesmo ano. Ele passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.

O rompimento entre ambos ocorreu em dezembro de 2019, quando Keko chegou a alegar que Lula só não tirou o seu cargo de vice "porque não podia".

Em 2020, Keko se filiou ao PL, comandado em Pernambuco pelo prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, uma das principais lideranças de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB).

A derrota de Lula Cabral no pleito do Cabo representou mais uma baixa do PSB nas cidades da Região Metropolitana do Recife. Nos bastidores da política local, a vitória de João Campos no Recife foi considerada a "salvação" dos pessebistas no Grande Recife.

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