Estaleiro Atlântico Sul rebate críticas de credor e segue plano de recuperação, com aval dos grandes bancos
Veja abaixo a nota oficial, enviada ao blog, no final da noite desta quarta
A assembléia de credores do Estaleiro Atlantico Sul decidiu nesta quarta (03/03) , com 99,97% dos votos, recusar pedido de falência da empresa pretendido pela Engita Construções Navais. Credores como o Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Bradesco e Petrobras entenderam que o processo de recuperação judicial (RJ) em curso deve ter continuidade e também decidiram que o plano para equacionar os débitos do estaleiro devem ser apresentados numa proxima assembléia, em 16 de abril próximo.
A Engita justificou o pedido de transformação da RJ em falência alegando supostas “práticas fraudulentas”do EAS , e também pediu a substituição da atual diretoria e a nomeação de um gestor para substitui-la. Nenhum dos pedidos foram considerados na ordem do dia. O advogado Felipe Camara, do EAS , disse que a Engita estaria visando um beneficio individual, em detrimento do conjunto de credores, e que as acusações propostas derivam apenas do fato de o estaleiro ser o controlador de uma empresa chamada Consunav , observando que nunca houve nenhuma ilegalidade ou indicio de fraude entre as duas empresas.
O Estaleiro Atlantico Sul, considerado o mais moderno da America do Sul, foi criado no âmbito de um programa de apoio ao setor naval, do Governo Federal O colapso do programa e a suspensão de encomendas de embarcações contratadas pela Transpetro zeraram a carteira de pedidos do estaleiro e , no decorrer do tempo, levaram-no à RJ, depois de entregar cerca de 10 embarcações de porte.
No entanto, como exposto na assembleia dos credores, há cerca de um ano o estaleiro vem tendo sucesso em procurar alternativas , tendo se credenciado para trabalhos de descomissionamento ( desativação) de plataformas de petróleo, ao mesmo tempo em que adentrou o mercado de reparos navais. Até o momento os trabalhos foram concluídos em 3 embarcações e outros 4 novos reparos foram contratados, gerando atividades para até o fim de 2021.
Segundo a presidente do estaleiro , Nicole Terpins, “os credores têm constatado que reduzimos custos, zeramos acidentes de trabalho e tivemos receitas acima do previsto e assim estamos com o caixa melhor do que prevíamos. O pedido de transformação da RJ em falência é desprovido de qualquer sentido e a votação praticamente unanime da assembleia de credores mostra isso. Era um interesse individual querendo prevalecer sobre o interesse coletivo”.