Bolsonaro fará pronunciamento na TV para defender a vacina
No dia em que o Brasil registrou 3.251 mortes nas últimas 24 horas, levando o total a cerca de 300 mil mortes no Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fará pronunciamento em rede nacional, nesta terça-feira (23), às 20h30.
De acordo com a Secretaria Especial de Comunicação Social, o discurso desta noite de terça tem como tema a vacinação e estará disponível no site do Planalto e nas redes sociais, em formato texto e vídeo, logo após a exibição.
A inflexão já era esperada, pois até o ministro Paulo Guedes disse, na véspera, que governo tem obrigação de vacinar todos os informais em 4 meses
"Não cabe transferência de responsabilidades neste momento dramático. É urgente que todas as autoridades públicas de todos os Poderes, da União, dos Estados e dos Municípios, bem como a sociedade brasileira, trabalhem de forma harmônica e colaborativa. Esse alinhamento é o único caminho para frear o crescimento geométrico de casos diante de um sistema de saúde colapsado, com esgotamento estrutural e pessoal.", escreveram, em dado momento.
A mudança de posicionamento ocorre no mesmo dia em que empossou um novo ministro da Saúde, bem como após diversas pesquisas de opinião mostrarem que a população deseja a vacinação. 9 em cada 10 brasileiros querem ser vacinados contra coronavírus
João Campos abre mais dois pontos de vacinação no Recife
Até o Podemos, partido de direita radical, fez críticas públicas.
No STF, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ajuizou, no Supremo Tribunal Federal (STF), a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 812, com a pretensão de que o Executivo federal seja obrigado a adquirir doses de vacinas contra a Covid-19 em quantidade suficiente para garantir a imunização em massa da população no menor prazo possível, com a destinação de recursos federais para essa finalidade.
Demora injustificada
Segundo a OAB, a demora injustificada da Presidência da República e do Ministério da Saúde em adquirir as vacinas tem gerado perigoso atraso na execução do plano de imunização, violando preceitos fundamentais como o direito à vida, à saúde e à dignidade humana, além do princípio da eficiência administrativa. A omissão estaria caracterizada pela falta de doses suficientes para imunizar até mesmo os grupos prioritários e de qualquer perspectiva do início da vacinação em grande escala.
“A crise está longe de ser superada, sendo absolutamente imprescindível a realização da imunização da população por meio da aplicação das vacinas em âmbito nacional e de forma ampla, o que exigirá destinação específica de grande volume de recursos”, sustenta a entidade, ao pedir liminar com esse propósito.