CPI da Covid: vice-líder do governo no Senado prepara ofensiva contra Barroso
Depois da decisão de Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a instalação da CPI da Covid, o senador Carlos Viana (PSD-MG) prepara uma pedido de impeachment contra o magistrado.
Barroso determina CPI no Senado sobre ações do governo federal na pandemia
"Estamos finalizando a petição. Precisamos de 27 assinaturas", afirmou o senador ao Congresso em Foco. O parlamentar disse ainda acreditar que há apoio suficiente de seus pares para seguimento do processo, que será "primeiro uma CPI", nas palavras dele. "Depois, havendo responsabilidade criminal, impeachment", disse o senador, um dos vice-líderes do governo no Senado.
"O Supremo Tribunal Federal reitera que os ministros que compõem a Corte tomam decisões conforme a Constituição e as leis e que, dentro do estado democrático de direito, questionamentos a elas devem ser feitos nas vias recursais próprias, contribuindo para que o espírito republicano prevaleça em nosso país", respondeu com nota oficial o STF, nesta sexta.
No UOL, Barroso rebateu Bolsonaro e diz que consultou ministros do STF antes de mandar instalar CPI da Covid. O processo será julgado pelo pleno no dia 16 de abril.
Felipe Santa Cruz, da OAB Nacional, saiu em sua defesa.
"Ataques pessoais contra o Ministro Barroso e o STF, vindos de quem tem medo de apurações (justamente por conhecer desde já as conclusões) não ajudarão o Brasil a superar a pandemia, tampouco a responsabilizar as omissões criminosas. Não se omitir - isso, sim- exige coragem moral".
"Bolsonaro está tão desesperado com a CPI da Covid que está conspirando e falando em impeachment do Barroso. Não tem o menor cabimento. O ministro simplesmente determinou o cumprimento da lei: a CPI tem as assinaturas necessárias, mas estava engavetada. Impeachment é para Bolsonaro", disse Marcelo Freixo.
"Os ataques de Bolsonaro ao STF é desespero. O genocida sabe que a CPI do Covid comprovará seus crimes no combate à pandemia e acuado, ele agride. Mas não adianta esbravejar, Bolsonaro. O genocídio de 345 mil vidas tem seu carimbo e assinatura. Sua responsabilização virá em breve!" comentou Gleisi Hoffmann, do PT.
Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco, também comentou.·
"Acuado, o presidente Bolsonaro gasta seu tempo a falar bravatas diante de uma claque cada vez menor. No fundo, ele tem consciência do seu papel criminoso na condução desta pandemia e, parece, lhe caiu a ficha que não passará incólume depois de tanta irresponsabilidade e omissão".