Governo de Pernambuco gastará meio milhão com a manutenção do ar condicionado na Arena de Pernambuco

Imagem do autor
Cadastrado por

jamildo

Publicado em 23/04/2021 às 14:05
X

O Governo do Estado assinou um contrato para "manutenção preditiva, preventiva, corretiva, operação noturna e diurna do sistema de ar condicionado instalado na Arena de Pernambuco".

O contrato foi assinado em 23 de abril, através de EMPETUR, estatal de turismo do Estado que administra a Arena.

O valor informado, no extrato oficial, ficou em R$ 532 mil.

O prazo do contrato será de 12 meses, a partir de abril de 2021, segundo o ato oficial.

"O X da questão é que a Arena tinha que ser privada, o Estado não devia estar cuidando de ar condicionado deste "empreendimento", afirma uma fonte do blog.

Há cinco anos o governador Paulo Câmara (PSB) determinou o rompimento do contrato de parceria público-privada da Arena com a empreiteira Odebrecht. Desde então a Arena ficou sob administração da estatal EMPETUR.


Sete meses depois de reinauguração, Prefeitura do Recife contrata ‘reparação’ predial do Geraldão

Em resposta ao blog, a Empetur informou, sobre o contrato de manutenção do sistema de refrigeração da Arena, que, em 2021, devido ao que foi oferecido no pregão, foi conseguida uma economia de 12% do total do contrato.

Outro lado

"A Empetur esclarece que o valor a ser destinado à manutenção do sistema de ar-condicionado da Arena de Pernambuco é 12% menor que o contrato executado no ano de 2019-2020.

A redução do valor contratual, alcançada por meio de novo processo licitatório, permite cumprir o plano de contenção de custos do equipamento.

O modelo utilizado é o mesmo desde 2016. O sistema de refrigeração da Arena utiliza os melhores padrões existentes, sendo composto por central formada por quatro torres de resfriamento e dois climatizadores, e a manutenção mensal tem caráter preventivo e corretivo, necessária para que seja mantido o padrão de excelência do complexo multiuso."

LEIA O PUBLICADO PELO BLOG EM MARÇO DE 2021 SOBRE A ARENA:


Há cinco anos, em março de 2016, o governador Paulo Câmara (PSB) rompeu o contrato com a construtora Odebrecht sobre a concessão da Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.

Na época, diretamente de Brasília, o governador enviou uma nota oficial comunicando aos jornais do Estado o rompimento do contrato.

Na nota, Paulo Câmara garantiu que não faria mais nenhum pagamento pela Arena enquanto o TCE não julgasse o contrato.

Outra questão comunicada na nota de 2016 era que o Estado ia abrir uma concorrência internacional para passar a gestão da Arena à iniciativa privada. O prazo prometido, em falas de assessores e secretários na época, era de “seis meses” inicialmente.

A Arena de Pernambuco foi construída inicialmente para sediar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014, que ocorreram no Brasil. Além do estádio pernambucano, outras 11 praças esportivas foram sedes dos campeonatos mundiais de seleções.

Em 2018, o Governo do Estado disse, em nota oficial, que até o final de 2018 a licitação estaria “concluída”, o que não ocorreu. O Governo do Estado, em 2018, afirmou que existiam várias empresas internacionais interessadas na privatização da Arena.

No mês de março do ano passado, fontes afirmaram ao Blog que não havia perspectiva alguma para a Arena voltar à gestão privada, mediante a concorrência prometida pelo governador na nota. Com a pandemia da covid-19, tampouco o assunto veio à tona.

A Arena, atualmente, está sob a gestão da Empetur, estatal vinculada à Secretária de Turismo de Pernambuco.

Para gerir a Arena, Paulo Câmara criou, em 2016, 26 novos cargos em comissão. Os cargos não precisam ser preenchidos por concurso. A soma das remunerações alcançava R$ 131 mil por mês, na época.

O governador justificou a criação dos postos dizendo que seriam transitórios, até que o Estado concluísse uma licitação para repassar a Arena Pernambuco.

Apesar dos esforços da Empetur em utilizar a Arena em fins de semana, o empreendimento tinha poucos eventos até antes da pandemia da covid-19. Os três principais clubes de futebol, Sport, Santa Cruz e Náutico, não utilizam o estádio, como sede.

Estava previsto para ocorrer na Arena, em 30 de março, o jogo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, que será no Catar. Em razão da pandemia, o confronto foi adiado pela FIFA e não tem nova data prevista.

O deslocamento para a Arena é considerado um dos principais entraves a torcedores e a públicos de eventos. O Metrô não tem ligação direta com o estádio, é preciso pegar um ônibus após sair dos trens e ir até o estádio. De carro. a distância da área central do Recife é visto como outro fator adverso.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou superfaturamento na obra da Arena, em julgamento ocorrido em dezembro de 2019. Mesmo assim, o Tribunal não aplicou nenhuma multa aos agentes públicos envolvidos com a obra.

O tribunal apontou que houve superfaturamento de R$ 81,3 milhões no contrato de construção e de concessão para a exploração do estádio. Corrigidos pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), com data-base de novembro de 2019, quando houve o julgamento, eles correspondiam a R$ 144.650.154,43.

O próprio TCE reconheceu que a demora no julgamento resultou na prescrição da possibilidade de aplicar multas.

“Mesmo assim, não podemos aplicar multa aos agentes porque se passaram cinco anos e o processo prescreveu”, afirmou Dirceu Rodolfo, relator do processo, na época.

Arena de Pernambuco Futebol Foto: Francisco Andrade/Setur

Tags

Autor