Ferrovia começa a operar em 2026, diz diretor da Transnordestina Logística

Imagem do autor
Cadastrado por

jamildo

Publicado em 14/05/2021 às 15:00
X

O diretor comercial e de operações da Transnordestina Logística S.A, Marcello Barreto, afirmou, durante evento online do Fórum Regional de Logística e Infraestrutura Portuária – Nordeste Export, que a Ferrovia Transnordestina deverá começar a operar em 2026.

Segundo ele, dos 1.753 km de extensão projetados, 600 km da linha férrea já estão concluídos e mais 200 km estão em obras. “Neste momento, os trabalhos encontram-se em um ritmo aquém do que gostaríamos por uma série de questões”, afirmou o diretor da empresa que é controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, investidora privada do projeto.

Uma das principais questões em relação as quais ele se referiu é a suspensão de repasses públicos determinada pelo Tribunal de Contas da União, em janeiro de 2017, em razão das incertezas que haviam à época quanto a possibilidade de conclusão do projeto que já havia consumido R$ 6 bilhões em investimentos e ainda demandava mais de R$ 5 bilhões para ser concluído.

“O próprio governo está extremamente empenhado em suplantar essa questão para que os recursos necessários oriundos de fundos que apoiam esse projeto possam ser aportados para que também façamos as nossas contrapartidas”, disse o executivo. Os fundos citados por Barreto são das estatais Valec, BNDES, Banco do Nordeste e Sudene.

O executivo destaca que as discussões sobre o assunto se encontram neste momento bastante avançadas. “Caminham para uma solução efetiva com o atendimento de todas as condicionantes que o TCU definiu para que, ao final, a obra possa prosseguir de uma forma rápida e efetiva”.

Manoel Ferreira, vice-presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários – Fenop e conselheiro do Fórum Nordeste Export, afirmou que o início das operações da Transnordestina em 2026 é uma grande notícia para os nordestinos uma vez que o empreendimento será um importante indutor do desenvolvimento.

“Portos, rodovias, hidrovias, ferrovia são estruturas fundamentais para qualquer país pois o desenvolvimento só acontece onde tem transporte”, ressaltou.

Contudo, ele lamenta o grande atraso das obras. “A Transnordestina começou a ser construída em 2006 com prazo para estar concluída em 2014 e, depois, em 2016 mas, infelizmente, não foi terminada e nós perdemos o bonde da história”, reclama.

Ele se refere ao fato de que, atualmente, 50% da carga do grãos do Brasil já está sendo direcionada para escoamento pelo arco Norte. “Suape, Pecém e outros portos do Nordeste, que poderiam ser beneficiados, caso existisse a Transnordestina, perderam a oportunidade de atrair as novas cargas que surgiram nos últimos anos. A carga procura o seu caminho”, explica.

Manoel destaca que a Transnordestina será fundamental não só para incrementar as exportações. “Nós vamos ter o escoamento da produção de grãos da região do Matopiba e do minério de ferro de Paulistana, entre outros e, no sentido reverso, serão transportados para o interior cargas diversas como fertilizantes e combustíveis”.

Para ele, trata-se de um projeto de fundamental importância também porque será um instrumento de dinamização da atividade econômica nas áreas próximas, o que resultará na geração impostos, além de emprego e renda para a população.

O presidente do Nordeste Export, Aloísio Sobreira, destacou que o Nordeste vem demonstrando pujança e quebrando recordes seguidamente e, nesse cenário, a ferrovia tem tudo para desempenhar um papel preponderante na questão logística como equipamento de suporte à movimentação das mercadorias nos portos.

Ele afirmou que o objetivo do evento é discutir as alternativas que possam solucionar os problemas que dificultaram a concretização de projetos importantes para a região.

Com relação as dificuldades para destravamento do projeto da Transnordestina, Sobreira acrescentou que o governo vem mostrando competência para fazer os arranjos regulatórios que são necessários para resolver o problema das concessões.

“Ficamos na expectativa de que, na linha do tempo, esse prazo de conclusão da obra seja curto já que o Nordeste precisa ter uma logística eficiente e menos onerosa”.

A live realizada na tarde desta quinta-feira (13) é uma prévia do Fórum Nordeste Export que será realizado dias 2 e 3 de agosto em São Luiz (MA). Também participaram do evento Eduardo Ledsham, Ceo da Bahia Mineração; Renato Ribas, Superintendente de Desenvolvimento da Antaq e Miguel Coelho, prefeito de Petrolina.

O Nordeste Export integra uma série de fóruns regionais nos quais serão discutidos os temas a serem levados ao Brasil Export – Fórum Permanente de Logística e Infraestrutura Portuária, que será realizado de 28 a 29 de setembro em Brasília.

O Brasil Export – Fórum Permanente de Logística e Infraestrutura Portuária é realizado pela Uma Marketing de Eventos e conbta com o apoio institucional do Ministério da Infraestrutura.

Tags

Autor