Operação da PF por supostos desvios de verbas da covid-19 mira governador do Amazonas; secretário de Saúde é alvo de mandado de prisão

Imagem do autor
Cadastrado por

José Matheus Santos

Publicado em 02/06/2021 às 10:57
X

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (02), uma nova fase da operação sobre desvios na aplicação de recursos de combate à covid-19 para a construção de um hospital de campanha pelo Governo do Amazonas e cumpre um mandado de prisão temporária contra o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo.

Os policiais também cumprem mandados de busca e apreensão contra o governador Wilson Lima (PSC) e outros alvos.

O secretário de Saúde Marcellus Campêlo é um dos alvos de mandado de prisão. Ele não foi encontrado em dois endereços nos quais foi procurado.

Ao todo, a PF cumpre 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária em Manaus e Porto Alegre, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A ação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o pernambucano Francisco Falcão, e solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). É a quarta fase da Operação Sangria, que já tinha cumprido buscas contra o governador nas fases anteriores.

O governador Wilson Lima entrou na mira da CPI da Covid e foi convocado para prestar depoimento sobre supostos desvios na saúde durante a pandemia.

Além da ação da PF, Wilson Lima enfrenta na manhã desta quarta-feira (9) o julgamento, pela Corte Especial do STJ, de uma denúncia por supostas fraudes na compra de respiradores. No ano passado, o governo comprou respiradores, sem licitação, de uma importadora de vinhos. O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida, também responde à denúncia, junto com outras 16 pessoas.

Marcellus é o segundo secretário de Saúde do Amazonas a ser preso. Sua antecessora, Simone Papaiz, foi presa em junho do ano passado em uma das fases da operação. A PF também cumpre outros cinco mandados de prisão temporária, contra representantes das empresas suspeitas de envolvimento nos desvios.

Nesta nova fase, a PGR apura irregularidades na contratação de um estabelecimento privado, o Hospital Nilton Lins, para recebimento de pacientes com Covid-19, pelo valor de R$ 2,6 milhões para três meses de funcionamento. Segundo a investigação, o governador teria direcionado a contratação do hospital sem observar os requisitos legais. Também há suspeitas de que contratos com empresas para fornecer material para a estrutura temporária do hospital estariam superfaturados.

O ministro Francisco Falcão, do STJ, também autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Wilson Lima e dos outros alvos da operação.

Tags

Autor