Marcelo Freixo anuncia saída do PSOL e vai para o PSB como pré-candidato a governador do Rio de Janeiro

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José Matheus Santos

Publicado em 11/06/2021 às 11:19
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O deputado federal Marcelo Freixo confirmou, nesta sexta-feira (11), a saída do PSOL e a migração para o PSB. Ele disse que é pré-candidato ao Governo do Estado do Rio de Janeiro pela legenda peessebista.

Freixo confirmou em entrevista à Revista "Veja" a mudança de partido. "A mudança faz parte de um projeto nacional que também inclui a filiação ao mesmo partido do governador do Maranhão, Flávio Dino (do PCdoB). No meu caso, estou olhando para dois cenários, o do Rio e o nacional", disse Freixo.

O deputado federal estava filiado ao PSOL desde a fundação do partido, em 2005. Pela sigla, elegeu-se deputado estadual por três mandatos seguidos (2006, 2010 e 2014). Em 2018, foi o segundo deputado federal mais votado do Rio, com 342 mil votos, atrás apenas de Hélio Lopes (PSL-RJ).

"Tenho uma gratidão enorme pelo partido que mais tempo me abrigou na política. A decisão de sair, que foi debatida durante meses, permitirá a construção de uma aliança ampla. A questão é que agora enfrentamos uma situação sem precedentes com relação à violência e à economia. A disputa no Rio, especialmente, não é da direita contra a esquerda, mas da civilização contra a barbárie. O PSOL estará conosco, mas, sem dúvida, teria mais dificuldades de fazer uma frente tão abrangente quanto a que se faz necessária", afirmou o deputado, na entrevista à Revista "Veja".

Partidos como o PSDB são vistos por Freixo como importantes na frente de oposição no Rio. "Claro, é fundamental. FHC e Lula, inclusive, estão juntos agora, unindo forças para garantir a Constituição de 1988, que se encontra sob ameaça. A eleição de 2022 será um plebiscito sobre se ela continuará valendo ou não".

Questionado sobre qual a candidatura viável do campo da esquerda para 2022, Freixo disse que o PSB ainda debate qual postulação apoiar. "As pessoas com quem converso ressaltam que uma aliança não deve se limitar à esquerda. O PSB ainda está debatendo a questão do apoio, mas em uma eleição polarizada entre Lula e Jair Bolsonaro o partido estará com o petista", disse.

O PSB está em rota de reaproximação com o PT, especialmente em Pernambuco, após a retomada dos direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, petista cotado para disputar a Presidência da República em 2022.

Desde esta quinta (10) até o sábado (12), Lula, já vacinado com duas doses contra a covid-19, está no Rio de Janeiro em agendas com lideranças políticas e artistas. Nesta quinta, teve encontro com parlamentares e líderes de partidos de esquerda, inclusive com Freixo.

Marcelo Freixo afirmou que Lula não influenciou na sua migração do PSOL para o PSB. "Não. Agora, a volta do Lula ao tabuleiro eleitoral mexeu com o cenário, inclusive nos estados. No Rio, o PT de imediato abriu mão de lançar um candidato e indicou apoio a uma grande aliança. O PSB, o PCdoB e o PSOL idem. Com o PDT estamos conversando, mas ainda depende do que acontecerá com a candidatura do Ciro Gomes à Presidência".

“Tenho boa relação com o Ciro, mas as pesquisas mostram que não há espaço para duas candidaturas do mesmo campo. Espero que, até a eleição, isso mude. (...) O Ciro é uma pessoa muito bem preparada e com quem tenho boa relação. Mas as pesquisas mostram que não há espaço, neste momento, para duas candidaturas do mesmo campo. Espero que até a véspera da eleição amadureça a necessidade de união e isso mude", afirmou.

À frente nas pesquisas para governador do Rio de Janeiro, segundo a "Veja", Freixo confirmou a pré-candidatura para a disputa do Palácio Guanabara. "Sim, sou pré-candidato. Ainda falta mais de um ano, mas estou à disposição para construir essa alternativa para o Rio. Há três meses, em um jantar em Brasília, o deputado Rodrigo Maia (Democratas), espontaneamente, disse que eu deveria ser governador. Não significa que vá me apoiar, mas é notório que algo novo precisa acontecer".

Para Freixo, o PSB "é uma legenda que facilita o diálogo com todos, do campo progressista ao centro".

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