ARTIGO OPINATIVO

Pazuello e o lixo das almas. Por Roberto Numeriano

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José Matheus Santos

Publicado em 29/06/2021 às 15:01
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Por Roberto Numeriano, em artigo enviado ao Blog

A dentista Andrea Barbosa, até agosto de 2020 casada com o gênio da Logística genocida do Exército, Pazuello, disse dia desses à revista Fórum que o general, em plena crise sanitária que abatia a população manauara, provocando dezenas de mortos por asfixia, lhe confessou que “por ele, só comprava saco preto”.

Não duvido um só segundo que essas palavras desumanas e assassinas tenham sido ditas com a maior tranquilidade do mundo por esse imundo militar. Afinal, esse general fascista com certeza é herdeiro daquele Exército do genocídio de Canudos e de tantos outros massacres contra as lutas libertárias no Brasil Império e Colônia.

Fui aluno do Colégio Militar de Belo Horizonte, também cursei o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército (CPOR-Recife). Sou o que se chama de Oficial R-2, 2° Tenente da Arma de Comunicações. Há militares na minha família. Participei de bancas de defesa de pós-graduação como examinador externo sobre temáticas militares. Por isso tudo, conheço um pouco da mentalidade e doutrina militares das Forças Armadas brasileiras. E posso lhes garantir que ela é, em essência, racista, homofóbica, misógina, submissa a interesses externos (leia-se Estados Unidos), além de estruturalmente elitista e politicamente autoritária.

Escrever isso não me dá prazer, nenhum regozijo como cidadão. Até porque, como antigo aluno militar e Oficial da Reserva, aprendi a reconhecer um outro Exército (que jamais será, tenham certeza, o de mentalidade genocida e antinacional).

Esse outro Exército é o do grande humanista Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, cujo lema era o seguinte nas suas andanças pelos sertões brasileiros, em eventuais contatos com os índios: “Morrer, se preciso for. Matar, nunca”. Esse outro Exército também é o dos bravos pracinhas nas batalhas contra as hordas fascistas nos campos da Itália. É também o do imortal Cavaleiro da Esperança, Luís Carlos Prestes, que post-mortem recebeu a patente de general.

As Forças Armadas são, em essência, a cabeça nazista de Pazuello, o qual, se ainda houver Justiça neste país em frangalhos institucionais, merece punição e devida cadeia. Na verdade, a alma desse tipo desprezível e tosco é que merece ser enfiada num saco de lixo da história, desde que antes sua cabeça e seu corpo paguem pelo experimento nazista que criaram em Manaus, à base de Cloroquina e desprezo pelas vidas humanas.

Roberto Numeriano é jornalista, professor e pós-doutor em Ciência Política pelo Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa.

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