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Priscila Krause rebate empresa e reafirma questionamentos para compra secreta de equipamentos musicais pela PCR

Deputada não cita nome da firma que vendeu R$ 10 milhões em equipamentos para Recife

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jamildo

Publicado em 15/07/2021 às 11:22 | Atualizado em 15/07/2021 às 11:51
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Veja abaixo a carta enviada ao blog pela deputada, nesta quinta

Não surpreende o fato de a empresa contratada secretamente pela Prefeitura do Recife, para aquisição de R$ 10,8 milhões em instrumentos musicais durante a pandemia, julgar nossos apontamentos como “equivocados”: eles defendem o seu interesse comercial, nós defendemos o interesse público. É preciso que entenda que Pernambuco não se resume ao PSB, velho conhecido: somos muitos, somos diferentes.

Fato é que através de operação administrativa nebulosa e secreta, que sequer teve até hoje seu extrato da contratação publicado no Diário Oficial do Município – o que o torna, conforme a Lei Federal das Licitações, ineficaz – a gestão do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB) adquiriu silenciosamente, nos últimos dias depois de oito anos de administração, sete mil instrumentos musicais e sete mil estantes de partituras para as escolas municipais – fechadas desde março de 2020! Todos os itens liquidados (oficialmente entregues) ainda em dezembro passado.

Sem licitação do município! Para dispensar a disputa e a divulgação do processo – que certamente traria empecilhos ao plano – a gestão usou do artifício da carona numa ata de registro de preços publicada em novembro de 2020, de responsabilidade do consórcio dos municípios mineiros da região da Sudene. De tão secreta, a ata não consta nem da prestação de contas da Secretaria de Educação do Recife, exercício de 2020, obrigatoriamente entregue ao Tribunal de Contas do Estado em março deste ano.

O silêncio no momento da compra é o mesmo silêncio, agora, da gestão João Campos (PSB), que mesmo afeito ao marketing, não citou sequer uma vez – nesses seis meses e meio – a aquisição milionária dos instrumentos musicais. Certamente porque não há justificativa que se sustente em pé para justificar a herança maldita do ex-prefeito aliado. Apesar do silêncio, a administração do atual prefeito tem pago, em parcelas, a compra secreta.

Ao anunciar que os instrumentos musicais profissionais serão distribuídos a 36 escolas das 310 existentes na rede, já que são impróprios para a maior parte dos alunos da rede municipal (crianças na sua grande maioria sem estrutura corporal e aptidão cognitiva para conseguir carregá-los e manuseá-los!), a gestão municipal esqueceu de fazer as contas – serão cerca de 225 instrumentos por unidade, quando na verdade cada banda, conforme orientação do Ministério da Educação, deveria ser composta por 14 instrumentos/integrantes. Teremos então várias dezenas de baterias de escola de samba ou orquestras sinfônicas nas “Escolas do Futuro” do PSB?

Por fim, reafirmo inteira confiança nos órgãos de fiscalização estaduais, que certamente tomarão as medidas devidas para impedir que, mais uma vez, a má gestão e a ganância com recursos públicos vinculados à Educação do Recife insista em nos colocar como a capital nordestina com maior gasto per capita por aluno ao mesmo tempo em que infelizmente patinamos nas últimas colocações do IDEB

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