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Danilo Cabral sai em defesa de Paulo Câmara e rebate declarações de Fernando Bezerra Coelho

Aliado diz que Pernambuco deu ao empreendedo e ao Ministério da Infraestrutura todas as condições para receber a conclusão do Ramal Suape, desmentindo o senador FBC

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Jamildo Melo

Publicado em 29/07/2021 às 17:24 | Atualizado em 29/07/2021 às 17:51
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Veja abaixo a nota oficial de Danilo Cabral, deputado federal pelo PSB

"Nenhuma surpresa nas declarações do senador Fernando Bezerra Coelho"

O Governo de Pernambuco assegurou tanto ao empreendedor, quanto ao Ministério da Infraestrutura todas as condições para receber a conclusão do Ramal Suape. Somente na atual gestão foram quatro reuniões com o ministro Tarcísio de Freitas para tratar de Transnordestina.

Tecnicamente, todos os números e indicadores apontam o ramal Suape como o mais viável.

O momento, agora, é de unidade política de todas as forças vivas em defesa dos interesses do Estado. Essa sempre foi a tradição de Pernambuco. Quando nossos interesses maiores são atacados, Pernambuco sempre se uniu, independente das diferenças locais.

Esperávamos que o senador, que vive alardeando prestígio e intimidade com o presidente Bolsonaro, na condição de líder do governo no Senado, mantivesse essa tradição.

Suape é o maior exemplo da unidade dos pernambucanos. Não é um projeto de governo, mas sim de Estado. Pertence a todos os pernambucanos e foi construído a muitas mãos de diversos governos.

O senador foi eleito para representar o Estado. Infelizmente, fez, mais uma vez, a opção de negar seus compromissos com o povo de Pernambuco e defender os interesses ilegítimos do governo Bolsonaro.”

 

 

 

 

 

Por Roberto Miranda, especial para o blog de Jamildo
Presidente do Sindicato dos Operadores Portuários de Pernambuco

Existe uma máxima entre os profissionais de logística que diz: “a carga procura o seu caminho”. Ao que parece, essa frase foi cunhada com base numa realidade prática verificada ao longo da história da humanidade que é o fato de que todo produtor sempre irá buscar o melhor caminho para entregar a sua mercadoria.

Nos dias de hoje, essa lógica serve também para orientar o processo de roteirização de cargas que tem como objetivo selecionar os melhores trajetos, de modo a otimizar o tempo e o custo de transporte.

Essas premissas sugerem que, naturalmente, os produtores de grãos da região do Matopiba e as mineradoras de ferro no Piauí e Rio Grande do Norte, detentores das duas principais cargas que darão a viabilidade inicial a ferrovia Transnordestina, estarão interessados na utilização da via de escoamento dos seus produtos que ofereça as melhores condições de logística.

Sendo assim, ao determinar que o ramal que se destina a Pecém será o primeiro a ser concluído, o Governo Federal está deixando os donos das cargas sem alternativa e obrigando-os a utilizar a opção menos vantajosa para os seus negócios.

Isso porque os levantamentos técnicos apontam que o trecho que se destina ao Porto de Suape não só requer um menor investimento para sua conclusão, mais também oferece melhores condições de logística para os produtores, tais como menor trajeto até o cais e melhor infraestrutura portuária.

Além disso, o porto pernambucano possui uma localização estratégica privilegiada pois encontra-se uma posição central em relação aos principais mercados do Nordeste tendo em vista que 90% do PIB (Produto Interno Bruto) da Região encontra-se em um raio de 800 quilômetros do porto.

Ou seja, se não existisse o projeto governamental para a construção da Transnordestina, é de se supor que os players privados do setor de grãos e da mineração fatalmente iriam buscar uma forma de viabilizar uma ferrovia para escoamento eficiente de seus produtos e a escolha lógica seria Suape e não Pecém.

Em vista disso, os pernambucanos não podem aceitar que, contrariando todos os indicadores técnicos, o Governo Federal decida postergar a construção do ramal com destino a Suape.

Também não devemos esquecer que a concessão prevê a construção dos dois ramais simultaneamente, sendo assim, a concessionária vencedora da concorrência está obrigada a entregar o que está previsto no contrato. Caso não tenha condições de fazê-lo, cabe ao governo encontrar alternativas para que o projeto seja concluído integralmente.

Uma das propostas existentes, a qual daria mais celeridade a conclusão do projeto, seria a repactuação do atual contrato de concessão e mais a captação de um novo sócio disposto a investir na obra por meio da compra de capacidade antecipada.

Outra alternativa seria a aprovação de um Projeto de Lei que possibilitaria a realização de uma nova licitação dos trechos não concluídos em virtude da ausência de capacidade de cumprimento do contrato por parte da concessionária.

A rescisão unilateral do contrato está praticamente descartada pelo Governo Federal uma vez que seria a alternativa mais prejudicial para a celeridade da conclusão da obra tendo em vista os desdobramentos jurídicos com recursos em várias instâncias.

Seja qual for a alternativa, devemos nos assegurar de que o trecho com destino a Suape não será excluído ou postergado.

Ao longo de sua história, os pernambucanos construíram a reputação de ser um povo que não foge da luta em defesa de seus legítimos interesses. Surge agora o momento para que as lideranças políticas e empresariais honrem essa fama deixando os interesses partidários e particulares de lado a fim de unir forças para se contrapor a ações que possam prejudicar a prosperidade futura do nosso Estado.

 

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