NOVA FALA

Bolsonaro volta a atacar Barroso e diz que não aceitará 'intimidações'

Na segunda-feira, o TSE um inquérito administrativo para apurar os ataques sem provas que Bolsonaro vem fazendo ao sistema eletrônico de votação e pediu que ele seja investigado também em um inquérito já aberto no STF.

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José Matheus Santos

Publicado em 03/08/2021 às 12:01 | Atualizado em 03/08/2021 às 12:11
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta terça-feira (03), que não aceitará "intimidações" e que sua "briga" é com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. A fala ocorre um dia após o tribunal reagir às ameaças de Bolsonaro às eleições de 2022.

"Não aceitarei intimidações. Vou continuar exercendo meu direito de cidadão, de liberdade de expressão, de criticar, de ouvir, e atender, acima de tudo, a vontade popular", disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.

Na segunda-feira, o TSE um inquérito administrativo para apurar os ataques sem provas que Bolsonaro vem fazendo ao sistema eletrônico de votação e pediu que ele seja investigado também em um inquérito já aberto no STF.

Bolsonaro afirmou que Barroso está "cooptando" ministros do STF e do TSE para "impor sua vontade". Também na segunda-feira, a cúpula do tribunal eleitoral, além de 15 ex-presidentes da Corte, divulgaram uma nota defendendo o sistema atual de votação brasileiro.

"O ministro Barroso presta um desserviço à nação brasileira. Cooptando gente de dentro do Supremo, querendo trazer para si, ou de dentro do TSE, como se fosse uma briga minha contra o TSE ou contra o Supremo. Não é contra o TSE nem contra o Supremo. É contra um ministro do Supremo, que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral, querendo impor a sua vontade", disse Bolsonaro.

Bolsonaro fala na possibilidade de irregularidades nas eleições desde a disputa de 2018. A partir de março de 2020, começou a prometer que iria apresentar "provas" de fraudes. Entretanto, em transmissão realizada na semana passada com essa finalidade, o presidente admitiu que não tem provas, apenas "indícios" e "suspeitas", a maioria deles baseados em vídeos antigos já desmentidos pelo TSE.

O presidente defende que a urna eletrônica imprima um comprovante do voto. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com esse teor está sendo discutida em uma comissão especial da Câmara, mas a tendência é que o projeto não seja aprovado na votação de quinta-feira (05).

Nesta terça-feira, afirmou que "não serão admitidas" no ano que vem o que chamou de "eleições duvidosas". Bolsonaro já colocou em dúvida a realização do pleito em outras oportunidades.

"Não serão admitidas eleições duvidosas ano que vem. O Brasil vai ter eleição ano que vem. Eleições limpas, democráticas", disse.

De acordo com o presidente, caso Barroso continue "insensível" à pauta do voto impresso, ele poderá promover uma manifestação em São Paulo, que seria o "último recado": "Se o ministro Barroso continuar sendo insensível, como parece que está sendo insensível, pelo processo contra mim. Se o povo assim o desejar, porque eu devo lealdade ao povo. Uma concentração na (Avenida) Paulista para darmos o último recado para aqueles que ousam açoitar a democracia".

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