SPUTNIK V

Anvisa rebate Consórcio Nordeste e diz que exigiu comprovação de eficácia para a Sputnik V

Ainda segundo a Anvisa, a decisão "não acrescentou nenhuma condição além daquelas já estabelecidas na decisão que liberou a importação da vacina Sputnik V".

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José Matheus Santos

Publicado em 06/08/2021 às 11:08 | Atualizado em 06/08/2021 às 11:33
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Após o Consórcio Nordeste anunciar a suspensão da compra da vacina russa Sputnik V apontando dificuldades da Anvisa para a aquisição, a agência divulgou uma nota, sem citar os governadores da região, em que rebate as alegações de forma indireta.

A Anvisa disse que "ao autorizar a importação excepcional da vacina Sputnik V, foram estabelecidas 22 condicionantes a serem cumpridas pelos importadores, com o objetivo de preencher lacunas de informação existentes quanto aos aspectos de qualidade, segurança e eficácia da vacina para permitir uma utilização controlada, segura e inicial da Sputnik V no Brasil".

Ainda segundo a Anvisa, a decisão "não acrescentou nenhuma condição além daquelas já estabelecidas na decisão que liberou a importação da vacina Sputnik V". "Por fim, a Anvisa ressalta que tem se pautado pela absoluta transparência em todas as suas ações, de maneira a manter a sociedade sempre informada quanto às decisões adotadas e suas justificativas, em prol da proteção da saúde da população", disse.

Na manhã daa quinta-feira (5), o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, esteve reunido com o Fundo Soberano Russo, onde foi tratada a suspensão da importação da Sputnik V.

"O acordo que previa a compra de 37 milhões de doses da vacina foi suspenso em detrimento de novas limitações impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), além da não inclusão da vacina no plano nacional de imunização e a falta da licença de importação", afirmou o president edo consórcio.

O contrato firmado entre o Instituto Gamaleya (desenvolvedora do imunizante) e o Fundo Soberano Russo em março deste ano, previa a entrega de 37 milhões de doses, sendo 2 milhões de doses previstas para ainda em abril.

Em março, o Governo de Pernambuco anunciou que iria adquirir quatro milhões de doses dentro da compra do Consórcio Nordeste, o que agora não se viabiliza com a suspensão.

"Por conta de entraves tanto da Anvisa como Ministério da Saúde, até o momento nenhuma dose havia sido desembarcada em território brasileiro. A suspensão da compra acontece em meio a divergências nos padrões de testes exigidos pela Anvisa que não foram solicitadas para imunizantes de outros laboratórios", disse o consórcio.

“É lamentável, o Brasil vive uma situação com alta mortalidade, mais de mil óbitos por dia. Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil devido uma decisão da Anvisa que faz uma alteração no padrão de teste junto com a não inclusão do Ministério da Saúde no plano nacional de vacinação e a falta da licença de importação, tivemos a suspensão da entrega da vacina até que se tenha uma autorização do uso do imunizante no Brasil”, afirmou o governador Wellington Dias (PT).

Segundo Wellington, o Fundo Soberano Russo informou que as vacinas que seriam destinadas para o Brasil serão enviadas agora para o México, Argentina e Bolívia, e que, assim que o Brasil decidir, as vacinas estarão disponíveis para envio imediato para atender à necessidade do povo brasileiro.

 

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