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Senador vai à Justiça tentar impedir uso de tanques do Exército em intimidação golpista, nesta terça

Tendência é de que voto impresso seja derrubado por maioria entre os deputados

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Jamildo Melo

Publicado em 09/08/2021 às 16:47 | Atualizado em 09/08/2021 às 18:13
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O senador Alessandro Vieira, do Cidadania, disse que foi à Justiça para impedir a demonstração de poderio militar que o presidente Bolsonaro organiza, nesta terça-feira, mesmo dia em que a Câmara dos Deputados deve enterrar a quimera do voto impresso.

"Pedi à Justiça que impeça o gasto de recursos públicos em uma exibição vazia de poderio militar. As Forças Armadas, instituições de Estado, não precisam disso. Os brasileiros, sofrendo com as consequências da pandemia, também não. O Brasil não é um brinquedo na mão de lunáticos", afirmou o senador de Sergipe.

Vários políticos repercutiram negativamente às manobras.

Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara dos Deputados, protestou no Twitter sobre o desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios, no dia da votação da PEC do Voto Impresso.

"No dia de uma votação importante, dentro do Estado Democrático de Direito, o presidente querer demonstrar força com uma exposição de tanques de guerra nas ruas em Brasília? Isso não é estranho, é absurdo! Um rompimento do respeito à independência dos poderes", disse Júlio Delgado.

A senadora Simone Tebet, MDB-MS, foi ao Twitter criticar a ideia de um desfile de veículos militares amanhã (10), dia em que o plenário da Câmara deve votar a PEC do Voto Impresso.

Como sempre, também as redes sociais trataram com humor, associando o Brasil a Coreia do Norte.

"Bolsonaro está mais p/ a milícia de Rio das Pedras do que p/ Coreia do Norte, minha gente. É um projeto de poder bandido mesmo", disse Marcelo Freixo, deputado federal pelo Rio de Janeiro.

 

 

Ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann disse à Folha de S.Paulo que a realização de um desfile de blindados em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, revela a fraqueza de Jair Bolsonaro, que “tenta com esse teatro criar a ilusão de que as Forças Armadas apoiam o seu constrangimento dos demais Poderes e ameaças”.

“As Forças Armadas estão de fato com a Constituição e não vão se afastar disso. E o presidente visa passar a impressão contrária", afirmou o ex-ministro Jungmann ao Painel, da Folha.

Segundo Jungmann, a medida terá efeito "triplamente desastroso".

"Primeiro, porque vai ampliar a derrota do voto impresso na Câmara, que de forma alguma vai aceitar esse tipo de pressão. Segundo, o efeito desses fatos internacionalmente será desastroso, não tenho a menor sombra de dúvida. Terceiro, é uma manifestação não de força, mas de fraqueza, de jus sperniandi, de perdedor, que quer criar uma falsa impressão de que tem força para que não tem, que é tirar o Brasil dos trilhos democráticos", disse.

Nesta terça-feira,  dia em que acontece a votação da PEC do Voto Impresso no plenário da Câmara, um comboio de blindados da Marinha desfilará na Esplanada dos Ministérios. O desfile ocorrerá por ordem de Jair Bolsonaro.

Realizada desde 1988, a Operação Formosa é um treinamento que acontece no município de Formosa (GO), a 70 quilômetros de Brasília. A operação deste ano terá a inédita participação do Exército e da Aeronáutica, e não apenas dos fuzileiros navais.

Articulação de Braga Netto

Na segunda-feira (2) passada, Braga Netto deu uma palestra na Escola Naval, no Rio, e visitou o Centro Integrado de Segurança Marítima (Cismar).
Foto: Antônio Oliveira/Ministério da Defesa

Na terça (3), visitou a Vila Militar, no oeste do Rio. “No local”, diz o Ministério da Defesa, o ministro “acompanhou apresentação das tropas que compõem o Comando Militar do Leste (…) Essas tropas, todas pertencentes ao CML, são consideradas forças de emprego estratégico e seus militares possuem capacitação em missões de Garantia da Lei e da Ordem”.

Ainda segundo o ministério, Braga Netto ressaltou em discurso que “os brasileiros sempre puderam contar com os militares”.

“Nos momentos de desafios de toda a ordem, sobressai a liderança dos Comandantes em todos os níveis e a fé na missão das Forças Armadas, como instituições nacionais e permanentes, com base na hierarquia e na disciplina”, disse o ministro, na Vila Militar.


Na quarta (4), Braga Netto foi à Base Aérea de Santa Cruz, onde assistiu a uma demonstração operacional.

“Do Palanque Operacional da Ala 12, a comitiva observou o lançamento de bombas empregadas pelas aeronaves A-29, F-5M e A-1M, além de rajadas de canhões de trinta milímetros empregadas pelas aeronaves A-1M. Na Demonstração Operacional das aeronaves de caça da FAB, armadas com duas bombas de 230 kg, cada equipagem de combate executou uma surtida, nos respectivos alvos, localizados no estande tático”, diz o site da FAB.

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