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Após protesto dos policiais, Estado adia licitação de R$ 125 milhões para vigilância armada privada de prédios públicos

Licitação foi adiada pelo governo do Estado. Sindicato da categoria havia reclamado publicamente

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Jamildo Melo

Publicado em 10/08/2021 às 11:51 | Atualizado em 10/08/2021 às 23:18
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O Governo do Estado abriu uma licitação para vigilância armada de prédios públicos no valor de até R$ 125 milhões. O SINPOL, sindicato dos policiais civis, fez uma dura nota criticando a licitação e afirmando que a licitação era prova que existiam recursos, mas que os policiais supostamente não eram valorizados.

Agora, o Governo do Estado adiou "sine die", sem data para retomada, a licitação de R$ 125 milhões para "contratação da Prestação de Serviços de Vigilância Armada, com vistas a atender às demandas dos órgãos da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas integrantes do Poder Executivo do Estado de Pernambuco".

A justificativa foi uma "apresentação de impugnação ao edital".

O adiamento foi determinado pela pregoeira da Secretaria de Administração do Estado.


LEIA A NOTA DO SINPOL EM 30 DE JULHO

O Sindicato dos Policiais Civis vem a púbico demonstrar sua indignação pelo descaso do Governo do Estado de Pernambuco com os Policiais Civis. Primeiro, após uma reunião marcada com três meses de antecedência po próprio Governo, após duas horas de espera, a reunião foi desmarcada de última hora e até agora o SINPOL-PE não foi comunicado da nova data. Em virtude de todo esse desrespeito, nós, Policiais Civis, deflagramos a nossa operação-padrão.

Para a categoria sempre é alegado que não há caixa financeiro para nossa justa valorização, mas, nessa mesma semana, o gabinete do Governador abriu licitação pra compras de bandejas de ovos, em valores muito acima dos preços de mercado, e três dias após a nossa Assembleia e de termos deflagrado a Operação- Padrão, o Governo do Estado lança edital de R$ 125 milhões para a contratação da vigilância armada para os órgãos da administração.

Tais gastos só comprovam o que já sabemos: há recursos financeiros disponíveis em caixa e que a falta de respeito com os Policiais Civis é algo comum e rotineiro nesta gestão.

Trabalhamos numa clandestinidade funcional histórica, contamos com uma absurda e injustificada diferença salarial entre nós e nossos chefes, embora sejamos nós que fazemos grande parte das atribuições deles, além das estruturas precárias da maioria esmagadora das unidades da Polícia Civil e somos um efetivo que é metade do que deveríamos ter em 2015!

Somos a Polícia Civil que mais produz e traz resultado no país. Esses resultados são frutos do trabalho dos agentes, escrivães, comissários e demais cargos da base, porém temos como recompensa o 22° pior salário nacional, além de sermos também, proporcionalmente, o 22° estado que menos investe em segurança pública. Como se tudo isso não bastasse, mais de 130 vidas de Policiais Civis pernambucanos foram perdidas em decorrência da Pandemia. Temos a sensação de que somos usados como propaganda e marketing na redução do número de homicídios e da criminalidade em geral, mas não recebemos a valorização correspondente com o que realizamos no nosso dia-a-dia, devido a uma cruel clandestinidade funcional.

É de estarrecer que o Governo do Estado, ao invés de se preocupar com a segurança de TODOS, pretenda "resolver" o problema da Segurança Pública se preocupando apenas com a proteção patrimonial da estrutura instituicional do Estado, deixando nós, Policiais Civis, e o restante da sociedade pernambucana à própria sorte.

Não recuaremos um passo. A nossa valorização é também a valorização da sociedade pernambucana. O Policial Civil valorizado é o que melhor serve, acolhe e ampara o cidadão, trazendo resultados para toda a sociedade. Seguiremos na luta!!

Sindicato dos Policias Civis de Pernambuco - SINPOL PE

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