DEPUTADA DO RIO DE JANEIRO

Dia D para Flordelis. Acusada de mandar matar o marido, deputada pode ser cassada nesta quarta na Câmara. Parlamentar afirma que é inocente

A defesa de Flordelis entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para suspender o processo de cassação. Deputada afirma que é inocente e que não teve participação na morte do marido.

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José Matheus Santos

Publicado em 11/08/2021 às 11:18 | Atualizado em 11/08/2021 às 11:28
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O plenário da Câmara dos Deputados deve votar, nesta quarta-feira (11), a cassação do mandato da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelo assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela é acusada de ser a mandante do crime.

O Conselho de Ética da Câmara, que faz a análise inicial sobre o caso, aprovou por 16 votos a 1 um parecer pela cassação em junho. A palavra final é do plenário da Casa.

Nas redes sociais, a deputada se disse confiante que os colegas “não irão ceder a esses apelos sensacionalistas da mídia”. Ela afirma que é inocente e não teve participação na morte do marido.

A defesa de Flordelis entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para suspender o processo de cassação.

No documento enviado à Corte, os advogados da deputada alegam diversas irregularidades na abertura e na tramitação do processo de cassação aprovado pelo Conselho de Ética, no dia 8 de junho deste ano. Dentre elas, o fato do processo ter excedido o prazo máximo de 90 dias previsto no Código de Ética e Decoro Parlamentar. A defesa também diz que não houve descrição de fato determinado na abertura do processo perante o Conselho de Ética e que responder judicialmente, sem condenação não autoriza a antecipação de uma pena com base em especulações.

Além disso, os advogados de Flordelis também defendem que, o processo o qual a deputada responde não tem correlação com o seu mandato. Também é alegado à Corte que houve cerceamento da defesa durante o procedimento aberto pelo Conselho de Ética, pois, inúmeros "documentos foram juntados e provas foram produzidas, posteriormente à manifestação defensiva, sem que a defesa pudesse fazer a contraprova e contraditar os argumentos", alegam os advogados.

Segundo o relator do processo, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), ela teria se valido do cargo de deputada federal para fazer com que um de seus filhos, Lucas, assumisse ter matado o religioso. Essa fato atenta, segundo ele, para a quebra do decoro parlamentar. Leite compõe o mesmo bloco da deputada e os advogados da pastora alegam ilegalidade no compartilhamento de blocos entre o relator e a representada o que também justificaria a nulidade do processo.

Carta

Na noite da terça, Flordelis enviou uma carta aos outros 512 deputados para pedir “uma chance”, segundo a Revista Veja.

“Uma chance para que eu possa me defender de um processo injusto de homicídio do meu próprio marido. Uma chance para que eu possa cumprir o mandato que eu fui legitimamente eleita. Uma chance para que minha dignidade seja, um dia, restabelecida”, escreveu.

Pastora evangélica, ela disse, segundo a coluna Radar, ter 60 anos de idade e relatou a própria história de vida, que como evangelizadora acolheu crianças e adolescentes que estão na rua.

A deputada reclamou que, até o momento, não foi julgada de forma justa e afirmou ter sido “escrachada pela juíza, pelos promotores e pelos policiais”.

“Tenho sofrido muito desde que perdi meu marido. Desde que o fato aconteceu, aos poucos, tenho recebido informações muito dolorosas sobre ele, sobre o que acontecia na minha casa, sobre minhas filhas e filhos. Tem sido terrível essa experiência. Não posso julgar ninguém pelos fatos que aconteceram. Mas, a única certeza que tenho é que não matei, não mandei matar, não conspirei para a morte do meu marido”, declarou Flordelis.

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