SUSPEITAS

CPI da Covid: líder do governo Bolsonaro, deputado Ricardo Barros se torna investigado no caso Covaxin

Barros entrou na mira da CPI depois que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, revelaram suspeitas na negociação da vacina indiana Covaxin.

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José Matheus Santos

Publicado em 18/08/2021 às 12:37 | Atualizado em 18/08/2021 às 12:47
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O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), incluiu o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, na lista de investigados da comissão.

Barros entrou na mira da CPI depois que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, revelaram suspeitas na negociação da vacina indiana Covaxin.

Em depoimento à comissão, Miranda disse que Bolsonaro citou o nome de Ricardo Barros ao ser informado sobre as suspeitas em relação à compra da vacina.

“Nós estamos agregando o nome do Ricardo Barros ao nome dos já investigados em função dos óbvios indícios da sua participação na rede criminosa que tentava vender vacinas através dos atravessadores, comprometendo muitas vezes setores da sua própria família, e fazendo com que o país perdesse oportunidade de comprar vacina na hora certa”, disse Renan antes da sessão da CPI.

Quando alguém se torna investigado na comissão, é porque o relator sinaliza que observa indícios de crimes cometidos pelo suspeito.

Após a manifestação de Renan, Ricardo Barros reagiu em uma rede social. O líder do governo disse que tem "conduta exemplar" e que as investigações "nada encontrarão".

"CPI interrompe o meu depoimento, anuncia que sou investigado e que não pretende mais me ouvir. Não suportam a verdade e usam táticas covardes de vazamento. Minha conduta parlamentar é exemplar. Nada encontrarão. Agora, meus advogados conduzirão o relacionamento com a CPI", escreveu Barros.

Relator da CPI, Renan Calheiros tem a responsabilidade de elaborar um parecer ao fim dos trabalhos da comissão, previstos para outubro, mas podendo ocorrer antes, e encaminhar ao Ministério Público, que avalia se faz pedidos de indiciamento.

O relator disse que o parlamentar Ricardo Barros passou a constar como investigado “pelo conjunto da obra, pelos indícios, pelo envolvimento, pela comprovação da participação dele em muitos momentos”.

Renan também mencionou o possível envolvimento de Barros no caso Covaxin. “A comissão parlamentar de inquérito tem notícia de outras pessoas que negociaram vacinas com o Ricardo e que foram mandados para o Roberto Ferreira Dias”, afirmou o relator.

Roberto Dias foi diretor de Logística do Ministério da Saúde durante as aquisições de vacinas. Ele é acusado pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti de ter cobrado propina de US$ 1 por dose do imunizante AstraZeneca. Após a denúncia, Dias foi exonerado. Ele nega as acusações.

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