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Igreja Católica e parlamentares debatem 'perigos da usina nuclear de Bolsonaro' para o Estado, nesta sexta

No passado, a igreja católica era contra a transposição do São Francisco. Agora, o mote é a usina nuclear

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Jamildo Melo

Publicado em 19/08/2021 às 14:12 | Atualizado em 19/08/2021 às 14:13
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Lideranças da Igreja Católica se reúnem com parlamentares pernambucanos, nesta sexta-feira (20), para debater o projeto de instalação de uma usina nuclear e seus impactos ambientais e socioeconômicos, em Itacuruba, no sertão.

O encontro será virtual, por meio da plataforma Google Meet, às 19h.

A iniciativa é do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, em conjunto com o seu bispo auxiliar e presidente da Comissão Regional Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB NE2, dom Limacêdo Antonio da Silva, e com o bispo da Diocese de Floresta (PE), dom Gabriel Marchesi.

Os religiosos convocaram e estarão presentes deputados estaduais, federais e senadores dos mais diversos partidos politícos.

A criação da fonte atômica de energia foi sinalizada no Plano Nacional de Energia 2050, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), do Governo Bolsonaro.

Além de Itacuruba, outras oito localidades no Nordeste e Sudeste do país foram estudadas para abrigar usinas.

De acordo com informações da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia e divulgadas pela imprensa, a Eletronuclear já concluiu estudos que indicam Itacuruba como a área ideal para a construção do empreendimento com seis reatores às margens do Rio São Francisco e que custaria R$ 30 bilhões.

"Pelo menos desde o ano passado, a Igreja com apoio dos movimentos sociais, pesquisadores e artistas vêm provocando o debate alertando toda sociedade acerca dos riscos ambientais como a morte do Rio São Francisco e os possíveis vazamentos de radiação, por exemplo. A preocupação também gira em torno do impacto social e econômico sobre as comunidades tradicionais que vivem na região", afirma a entidade.

Apesar da intenção do Governo Federal, a legislação estadual impede a instalação de uma usina atômica em Pernambuco. De acordo com o Artigo 216 da Constituição Estadual, está proibida a instalação de usinas nucleares no Estado enquanto não se esgotarem toda a capacidade de produzir energia hidrelétrica e de outras fontes. Nada que não possa ser mudado politicamente ou judicialmente, mas desde sempre é assacado contra o projeto.

"Recentemente, a Controladoria Geral da União (CGU) ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a constitucionalidade do artigo que garante a segurança do meio ambiente e de todos que habitam no Estado", admite a igreja.

"A expectativa é de que durante a reunião com as autoridades religiosas, os deputados e senadores conheçam melhor os riscos que o empreendimento pode trazer aos pernambucanos e, dessa forma, possam se posicionar contrários à destruição de tantas vidas no sertão."

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