DEPUTADO DO PSB

'Não gostaria do PSB apoiando o extremismo radical do PT nem com o atual governo Bolsonaro', diz Felipe Carreras sobre eleições 2022

Fala do deputado do PSB ocorre quase uma semana após o governador Paulo Câmara e o prefeito João Campos se reuniram com o ex-presidente Lula no Recife. PSB e PT têm se reaproximado e poderão se aliar em 2022.

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José Matheus Santos

Publicado em 23/08/2021 às 11:02 | Atualizado em 23/08/2021 às 11:25
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Poucos dias depois do governador Paulo Câmara (PSB) e do prefeito do Recife, João Campos (PSB), se reunirem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Pernambuco, o deputado federal Felipe Carreras (PSB) defendeu que o PSB não apoie o PT nem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022.

A fala do parlamentar, em entrevista ao site "Metrópoles", foi publicada no domingo (22), uma semana depois de Lula se reunir com Paulo Câmara e João Campos no Recife, em encontro para discussões políticas em meio à reaproximação de PT e PSB no plano nacional.

"Não gostaria que estivesse nem com o extremismo radical do PT e óbvio que não esteja com o atual governo, a quem nós fazemos oposição. Defendo que o PSB tenha candidato próprio. Esse é o caminho que Eduardo Campos apontou em 2014, nosso saudoso e eterno líder. Desejo que encontremos uma alternativa nos nossos quadros. Temos o governador do Maranhão, Flávio Dino, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e vários outros quadros que podem apresentar uma alternativa de país que saia desse extremismo, desse radicalismo", disse Carreras em entrevista ao jornalista Caio Barbieri.

"O PSB tem um conteúdo programático que foi desenvolvido em 2014 por Eduardo Campos junto com Marina Silva e depois junto com Beto Albuquerque", acrescentou Felipe Carreras.

Perguntado sobre Ciro Gomes, provável candidato do PDT à Presidência em 2022, Carreras voltou a defender postulação própria do PSB no pleito presidencial do ano que vem. "Ciro é um grande quadro da política brasileira, mas minha expectativa é que o PSB tenha dentro dos seus quadros um candidato a presidente da República", disse o deputado federal pernambucano.

Além de Felipe Carreras, são deputados federais pelo PSB de Pernambuco Danilo Cabral, Gonzaga Patriota, Milton Coelho e Tadeu Alencar. Na semana passada, Carreras foi o único dos cinco que não esteve no jantar da cúpula do PSB de Pernambuco com Lula.

Danilo Cabral e Gonzaga têm defendido, em entrevistas, a unidade do campo de oposição a Bolsonaro nas eleições de 2022.

O governador Paulo Câmara é apontado nos bastidores hoje como o principal interlocutor de Lula dentro do PSB. Já o prefeito do Recife, João Campos, é um dos que resistem a uma aliança com o PT nas eleições de 2022. Ele travou disputa contra os petistas no Recife ao enfrentar Marília Arraes no segundo turno, em 2020.

Apesar do embate do ano passado, João Campos posou para fotos ao lado de Lula e publicou mensagem no Twitter em defesa do diálogo com forças de oposição a Bolsonaro. Em 2018, Campos apoiou o PT para a Presidência da República e chegou a dizer que "Lula sempre defendeu os brasileiros". Na campanha de 2020 no Recife, apesar de ter feito ataques ao PT no Recife, a propaganda João Campos não fez menções diretas a Lula. O PSB centrou os ataques em outros petistas, como a presidente da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Impeachment

Na entrevista, Felipe Carreras também falou sobre um possível processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro e foi perguntado se a posição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de arquivar os processos é pessoal ou institucional como chefe da Casa Legislativa.

"Acho que é institucional (a posição de Arthur Lira), o impeachment é um processo muito difícil, muito duro. Quem paga por um processo desse é a população, não é da noite para o dia, o ritmo desde que é 'statado' o processo dura cerca de dez meses. O próprio presidente (anterior) Rodrigo Maia na legislatura passada recebeu dezenas de pedidos de impeachment e não colocou em votação", disse Carreras.

"O presidente Arthur Lira acho que tem tido o equilíbrio institucional para segurar e enxergar, se houver ambiente, ele tem que pensar como presidente de um poder muito importante, a Câmara dos deputados na sua pluralidade é a maior representatividade do povo brasileiro, ele precisa ter esse equilíbrio e responsabilidade com as pessoas sobretudo com quem mais precisa, com os mais necessitados no nosso pais."

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