GOVERNADOR PERNAMBUCANO

Paulo Câmara indica que pretende terminar o mandato de governador em meio a especulações sobre candidatura em 2022

Caso o cenário mude e Paulo decida renunciar ao governo em abril para disputar as eleições, quem assume o Palácio do Campo das Princesas é a atual vice Luciana Santos (PCdoB).

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José Matheus Santos

Publicado em 27/08/2021 às 12:11 | Atualizado em 27/08/2021 às 12:20
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O governador Paulo Câmara (PSB) indicou, nesta sexta-feira (27), em entrevista ao jornal "O Globo", no momento, pretende concluir o mandato como chefe do Executivo Estadual até dezembro de 2022.

Nos bastidores, para 2022, são consideradas as hipóteses do governador ser candidato a vice-presidente, senador ou deputado federal. Também é lembrada a possibilidade de concluir o mandato e não disputar as próximas eleições, como indicou Paulo Câmara na fala ao "Globo".

"Hoje, no PSB, tem quem defenda aliança com o PT, há quem fale em candidatura própria e também há quem defenda aliança com o Ciro Gomes (PDT). Em 2022 vamos decidir, dentro das candidaturas postas, qual caminho vamos trilhar. O que precisamos evitar de qualquer forma é o risco de uma eventual reeleição do Bolsonaro. Estou trabalhando com a responsabilidade de governar o estado até o fim do mandato, em 31 de dezembro (de 2022). No meio do caminho, teria que aparecer algum fato, que por enquanto não existe, para me fazer mudar este roteiro", disse Paulo nesta sexta.

As chances de ser vice-presidente em uma chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou candidato a senador são consideradas remotas. Isso porque o PSB avalia que Lula deverá ter um vice ligado ao mercado financeiro ou do eixo Sudeste-Sul. Já o Senado é visto como improvável porque há apenas uma vaga em disputa em 2022, e o partido já pretende encabeçar a vaga de candidato a governador. Ou seja, o senador aliado ao PSB tende a ser de outro partido aliado à Frente Popular.

Caso o cenário mude e Paulo decida renunciar ao governo em abril para disputar as eleições, quem assume o Palácio do Campo das Princesas é a atual vice Luciana Santos (PCdoB).

Na entrevista ao jornal "O Globo", Paulo Câmara ainda comentou a visita do ex-presidente Lula a Pernambuco no dia 15. O petista foi recebido pela cúpula do PSB local em reunião no Palácio do governo.

"Se for olhar desde a redemocratização, o PSB sempre caminhou muito mais ao lado do PT do que como adversário. Em 2018, na minha reeleição, estivemos coligados. Creio que todos os partidos do campo progressista e alguns mais ao centro estão conscientes de que a grande tarefa para 2022 é tirar Bolsonaro do poder, para restabelecer a paz social e o caminho das melhorias no Brasil. Minha última conversa presencial com Lula havia sido entre o fim de 2017 e o começo de 2018, então este encontro agora marcou a retomada de um diálogo entre PT e PSB muito importante para o futuro. Não vamos antecipar nenhum tipo de compromisso de aliança, isto só vamos decidir em 2022", disse Paulo.

O governador ainda minimizou as informações de bastidores de que o prefeito do Recife, João Campos, e o ex-prefeito Geraldo Julio tenham resistências a uma aliança nacional do PSB com o PT.

"Existem debates, discussões, mas o prefeito João Campos sabe também da importância desse diálogo permanente com todas as forças progressistas, e que o momento adequado de decidir será 2022. O ex-prefeito Geraldo Julio tem me ajudado muito agora como secretário estadual de Desenvolvimento Econômico. Vamos deixar a sucessão para o ano que vem, caso contrário confunde a população. Por minha parte, que sou o condutor desse processo, não teve nenhuma conversa (sobre sucessão) e não terá até entender que chegou o momento certo", afirmou o governador Paulo Câmara.

No sábado (28), Paulo Câmara receberá João Doria (PSDB), governador de São Paulo e pré-candidato a presidente no Palácio do Campo das Princesas. Segundo o governador pernambucano, o convite partiu do tucano. "Ele me ligou, disse que terá encontros partidários aqui em Pernambuco. Vou recebê-lo com prazer. Farei isto com todos que quiserem conversar conosco, principalmente com governadores, que são colegas com os quais temos problemas em comum", afirmou Paulo.

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