gastos na pandemia

Priscila Krause e Alcides Cardoso vão ao TCE para que João Campos se posicione sobre estoque de R$ 18,5 milhões de insumos médicos herdado da gestão Geraldo

No TCE-PE há uma auditoria em andamento sobre a gestão de estoques da Secretaria de Saúde da capital pernambucana

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Jamildo Melo

Publicado em 08/09/2021 às 15:28 | Atualizado em 08/09/2021 às 15:30
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A deputada estadual Priscila Krause e o vereador do Recife Alcides Cardoso, ambos do DEM, se reuniram na manhã desta quarta-feira (8) com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) Carlos Porto, relator das contas da Secretaria de Saúde do Recife em 2021.

Eles protocolaram representação solicitando providências por parte da corte de contas a respeito da sobra de estoque de matérias médicos usados nos leitos Covid-19 herdado da gestão anterior, do então prefeito Geraldo Julio (PSB). Cobram uma postura da gestão João Campos (PSB).

No TCE-PE há uma auditoria em andamento sobre a gestão de estoques da Secretaria de Saúde da capital pernambucana.

De acordo com o ofício apresentado, baseado em dados do estoque da própria Prefeitura em dez de agosto de 2021, existem parados R$ 18,5 milhões de insumos comprados emergencialmente em 2020.

Para os parlamentares, seria inadmissível que a gestão do prefeito João Campos (PSB) não tome atitudes em relação ao estoque em excesso, que poderia perder a validade, enquanto há materiais de atenção básica faltando nos postos de saúde.

“Nós tivemos acesso ao relatório atualizado de estoque da Secretaria de Saúde e o que consta é que a cidade ainda tem alguns materiais suficientes para algumas décadas ou até mesmo séculos, como é o caso das cânulas de traqueostomia. Além de ser fundamental que os responsáveis por essas compras mal assombradas, superdimensionadas e superfaturadas, sejam responsabilizados, não podemos aceitar que os materiais fiquem inutilizados enquanto faltam insumos básicos para exames ginecológicos, por exemplo. Nossa proposta é que se viabilize a devolução dos materiais, com o recebimento dos recursos, ou até se realize a troca com hospitais privados por materiais de fato necessários”, registra Priscila Krause.

“Se não fazem isso, ficamos pensando se o material existe mesmo ou se tem qualidade mínima para uso”, complementou.

Desde o início do ano, o governo João Campos já repassou ao governo de Pernambuco mais de R$ 9,0 milhões em insumos médicos sem contrapartida para a Prefeitura.

Segundo o vereador Alcides Cardoso, diante de todas as dificuldades da rede municipal de saúde, permitir que fiquem inutilizados mais de R$ 18 milhões em materiais desnecessários à rede é uma afronta do prefeito João Campos perante a comunidade mais necessitada.

“Se reclama muito da escassez de recursos, mas com dezoito milhões a Prefeitura compraria cento e oitenta ambulâncias do Samu ou bancaria metade do hospital infantil prometido na campanha. Não podemos aceitar que simplesmente desovem os materiais no governo de Pernambuco sem uma contrapartida para o povo do Recife”, afirmou.

Na lista de materiais que constariam no estoque estão, por exemplo, 18,4 mil cânulas de traqueostomia, 1,7 milhão de seringas sem agulha, 149,8 mil tubos endotraqueais e 633 mil torneiras de três vias.

"Conforme os dados da própria Prefeitura referentes à média mensal de consumo, as quase vinte mil cânulas seriam suficientes para o consumo de 382 anos, enquanto os 149,8 mil tubos endotraqueais abasteceriam a rede por 57 anos e seis meses."

 

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