NA OPOSIÇÃO

Fusão de PSL e DEM vai fortalecer candidatura de Miguel Coelho a governador e 'salvar' reeleição de Bivar para deputado, avalia oposição. Entenda

Prefeito de Petrolina, Miguel Coelho e o deputado federal Luciano Bivar devem ser beneficiados pela fusão.

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José Matheus Santos

Publicado em 15/09/2021 às 11:44 | Atualizado em 15/09/2021 às 12:17
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A possível fusão entre os partidos PSL e DEM deverá impactar no cenário eleitoral de Pernambuco para as eleições de 2022.

No plano nacional, o presidente da nova sigla, de nome a ser definido, seria Luciano Bivar, que comanda o PSL no momento. Enquanto isso, ACM Neto, atual presidente nacional do DEM, deverá ser o secretário-geral da nova sigla.

Membros da oposição local avaliam, reservadamente, que a junção das legendas poderá fortalecer a provável candidatura do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, a governador.

De saída do MDB, Miguel se filia ao DEM no dia 25 de setembro. Para 2022, sem a fusão, haveria dúvida se o PSL estaria no campo oposicionista em Pernambuco. Em 2020, na eleição do Recife, por exemplo, o PSL lançou o advogado Carlos Andrade Lima como candidato, preterindo outros postulantes, como Mendonça Filho (DEM) e Patrícia Domingos (Podemos). Além disso, o deputado federal Bivar tem boa relação com nomes do PSB, como o governador Paulo Câmara e o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio, que, apesar de negar que será candidato, é visto como nome mais forte do PSB para a disputa do Governo em 2022.

Com a fusão PSL-DEM, uma nova sigla mais robusta seria criada. Além de um maior volume de fundo eleitoral para a campanha política, a nova legenda garantiria a Miguel Coelho um maior tempo de propaganda no rádio e na televisão.

Isso também ampliaria os argumentos de Miguel no campo da oposição para ser o candidato do grupo ao Palácio do Campo das Princesas. Com um partido "de peso" e um grupo político forte, além da boa avaliação em Petrolina, o prefeito sertanejo poderia prevalecer sobre o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), e a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), outros cotados como pré-candidatos ao governo.

Luciano Bivar

Articuladores da oposição também observam que a fusão PSL e DEM ainda poderá "salvar" a reeleição de Luciano Bivar para deputado federal.

Isso porque o Senado Federal deverá rejeitar nas próximas semanas a volta das coligações para disputas proporcionais, que foi aprovada pela Câmara. A ideia é refutada por diversos partidos na Casa Alta do Legislativo.

Sem coligações, a situação "se complicaria para Luciano Bivar". "O PSL não monta chapa (competitiva) sem as coligações. Com a fusão com o DEM, Bivar pode se salvar porque haverá outros nomes com potencial de votos", analisa reservadamente um integrante da oposição.

Em 2018, Luciano Bivar se elegeu com a contribuição de eleitores bolsonaristas em Pernambuco. Desde 2019, ele rompeu relações políticas com o presidente Jair Bolsonaro e viu outras lideranças políticas locais conseguirem espaço junto a esse público, como o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, nome cotado para a disputa do Senado no ano que vem.

Sem apoio de bolsonaristas, Luciano Bivar deverá ser beneficiado em 2022 pela possível fusão de PSL e DEM. A chapa do novo partido a ser fundado com a junção teria nomes como o deputado federal Fernando Filho (DEM), que deve tentar a reeleição, e Mendonça Filho, ex-deputado e ex-ministro da Educação, que se apresenta como pré-candidato a deputado federal.

A avaliação é que a nova legenda poderia eleger dois a três nomes para a Câmara Federal. Fernando Filho e Bivar, que já têm mandato, e Mendonça, que já foi deputado federal por três vezes, são considerados os favoritos na futura coligação a ser formada.

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