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Mackenzie promove lançamento do livro ‘O Evangelho da Paz e o Discurso de Ódio’ em encontro de professores

Evento acontece no dia 30 de setembro, no Centro Histórico e Cultural Mackenzie

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Jamildo Melo

Publicado em 24/09/2021 às 10:45 | Atualizado em 24/09/2021 às 10:46
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Na quinta-feira, dia 30 de setembro, acontece o lançamento do livro O Evangelho da Paz e o Discurso de Ódio, no Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM), localizado no campus Higienópolis da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). O evento faz parte do Ciclo de Encontro dos Professores Mackenzistas.

A obra é uma coletânea de reflexões sobre o problema da falta de paz e unidade no discurso cristão em dias de polarização e sectarismo, que se instaurou na sociedade por conta das diferenças político-ideológicas.

Para Maurício Zágari, diretor editorial da GodBooks e publisher da obra, o surgimento desse conflito tem duas causas principais.

"A tendência natural do ser humano para a agressividade e as estratégias bem elaboradas de pessoas que desejam explorar esse comportamento em prol de suas agendas pessoais e/ou institucionais. Dessa forma, tem-se o cenário atual em que amigos se afastaram, familiares se ofenderam, relacionamentos foram rompidos e o ódio dominou corações".

Esse livro vem então como uma forma de resgate aos princípios cristãos. Tendo como base as diversas passagens bíblicas que conclamam a sociedade à unidade e à paz, Zágari relembra que Jesus nos chamou a ser pacificadores e não incitadores (Pv 6.16-19) e também pediu ao Pai em sua oração sacerdotal que os que viriam a crer nele vivessem em "unidade perfeita" (Jo 17.23).

"Diante do entendimento desses princípios, não há como acreditar que polarizações por políticas humanas estejam acima desses princípios inegociáveis do reino de Deus", comenta.

O Evangelho da Paz e o Discurso de Ódio contém 12 capítulos, cada um de autoria de estudiosos das obras religiosas. Entre eles podemos citar o do Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Robinson Grangeiro, que escreveu o capítulo 10 "Procuram-se cristãos como Syzigos: Um apelo à concórdia", onde reflete sobre as diferenças entre os conceitos de concórdia e discórdia, e clama aos cristãos para que sejam como Syzigo, termo que se refere a um pacificador e fiel colaborador a quem os apóstolos solicitavam auxílio.

"Escrevi sobre como ser um mediador de um conflito interpessoal e ideológico sobre aspectos não fundamentais e centrais de um determinado tema atual", conta Grangeiro.

A obra também possui participação de autores internacionais, como Craig L. Blomberg, que escreveu o capítulo 4 "O que Jesus diria sobre a divisão pública entre cristãos?". Neste capítulo, escrito de forma inédita para o livro, Blomberg, considerado o maior especialista mundial na biografia de Jesus, o professor e teólogo estadunidense faz uma exposição, a partir da Bíblia, sobre como Jesus veria o processo de divisão e ódio manifestado entre cristãos em nossos dias, no Brasil e nos Estados Unidos.

O capítulo, caminha pelo Evangelho de Mateus a fim de extrair realidades que nos permitam entender qual seria a visão de Cristo sobre o fenômeno em curso.

Já entre discussões específicas do cotidiano brasileiro, o capítulo 5 "Precisamos combater a polarização e o discurso de ódio no Brasil e no meio cristão", a editora e tradutora de textos acadêmicos, Marisa Lopes, mostra que a polarização e o discurso de ódio são fenômenos que têm avançado na sociedade e precisam ser combatidos.

Ela defende a necessidade de haver um esforço coletivo de pacificação, na busca pelo resgate do diálogo e de respeito mútuo na sociedade brasileira em geral, e, em especial, entre cristãos. Em suma, o texto defende que os cristãos precisam trazer de volta a luz da razão, do amor e de Cristo, convidando o leitor a se unir nesse esforço.

É exatamente dessa forma que Zágari relembra muito do ensinamento cristão.

"’Jesus disse que o reino Dele não é deste mundo. Os princípios do reino de Deus são muito mais elevados do que as querelas político-partidárias que têm provocado bolsões de ódio no seio da igreja. Precisamos retornar ao evangelho verdadeiro do Príncipe da Paz e não ao pseudoevangelho desse pseudocristianismo que tem se difundido".

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