Bomba de gaoslina

Mil dias. Petroleiros afirmam que alta dos combustíveis, acima da inflação, é marca do governo Bolsonaro

Preços da gasolina, diesel e gás de cozinha seguem pressionando o custo de vida

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Jamildo Melo

Publicado em 24/09/2021 às 15:00
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Para os petroleiros, a alta generalizada nos preços dos combustíveis, em patamares muito acima da inflação, é marca constante dos quase mil dias de governo Bolsonaro.

Desde o início da administração bolsonarista, a gasolina subiu 57%, o óleo diesel 45% e o gás de cozinha 73% (veja o quadro 1 abaixo). Os reajustes foram muito além da inflação do período, de 15%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas em 2021, a gestão da Petrobrás aumentou seu preço do gás de cozinha na refinaria em 40%.

Dieese/Divulgação
Petroleiros se antecipam à comemoração dos mil dias de governo Bolsonaro - Dieese/Divulgação

Os cálculos foram elaborados pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), com base em dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Eles refletem os reajustes da política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pela administração da Petrobrás, e que acompanha a variação dos preços internacionais do petróleo, a cotação do dólar e os custos de importação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), de 1,14% em setembro, divulgado nesta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma a regra: além de energia elétrica, a gasolina, óleo diesel e gás de cozinha seguem pressionando o custo de vida – comportamento que vem se intensificando desde janeiro de 2019.

“A inflação voltou com força total no país, atingindo a todos, sobretudo os mais pobres. É mais uma prova do fracasso deste governo e do equívoco da política de preço de paridade de importação, adotada pela gestão da Petrobrás, para reajuste dos combustíveis”, destacou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. Ele faz um alerta: “Enquanto essa política não mudar, a inflação continuará a disparar, deteriorando ainda mais o poder de compra dos trabalhadores”.

Segundo o IBGE, gasolina foi um dos itens que exerceram os maiores impactos individuais sobre o IPCA-15 de setembro. O preço médio da gasolina subiu 2,85% entre agosto e setembro e acumulou alta de 33,37% no ano e de 39,05% nos últimos 12 meses.

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, subseção FUP (Dieese/FUP) (veja o quadro 2), mostram que o gás de botijão subiu 2,32% em setembro, acumulando no ano alta de 26,83% e, em 12 meses, 32,93%. No óleo diesel, a variação no ano é de 30,03% e de 34,55% em 12 meses, até setembro. Os efeitos em cascata dos reajustes dos combustíveis atingiram fortemente o grupo de transportes (alta de 2,22% em setembro) e alimentação (1,27%).

“A prévia da inflação para setembro acompanha os movimentos nos preços dos meses anteriores, com forte peso dos combustíveis. Somando energia elétrica e alimentação, estamos entrando nos dois dígitos de inflação anual”, diz o economista do Dieese/FUP, Cloviomar Cararine.

 

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