Veja o que diziam as pesquisas um ano antes das eleições estaduais
Jornal do Commercio fez um levantamento mostrando o que indicavam as pesquisas nos anos anteriores às eleições estaduais e estabeleceu um comparativo entre os números
Por Maria Clara Ferrreira
Muito fala-se sobre quanto os números das pesquisas de aprovação e reprovação refletem o cenário das eleições. A discussão voltou à tona após o Datafolha apontar que Jair Bolsonaro deve chegar à disputa de 2022 com a maior carga eleitoral negativa da história.
Nesse sentido, o Jornal do Commercio fez um levantamento mostrando o que indicavam as pesquisas nos anos anteriores às eleições estaduais e estabeleceu um comparativo entre os números.
Alta rejeição X Reeleição em primeiro turno
No ano anterior à última disputa para o Governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que tentaria reeleição, tinha sua gestão rejeitada por 74% da população, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Uninassau, em março de 2017.
A pesquisa apontava apenas 16% dos pernambucanos satisfeitos com o governo, enquanto 10% por cento não respondeu ou não soube responder. Aprofundando esses números, 37% dos entrevistados considerava a administração péssima. Para 27% dos entrevistados, era tida como ruim, 23% como regular, 7% como boa e apenas 1% como ótima. O percentual restante não respondeu.
Entretanto, em outubro de 2018, Paulo Câmara foi eleito ainda no primeiro turno. Com cerca de 15% dos votos à frente do segundo colocado, Armando Monteiro – atual PSDB, à época PTB -, o governador somou 50,70% dos votos válidos.
Vale destacar que brancos (6,84%), nulos (22,99%) e abstenções (17,90%) atingiram quase 30% dos votos totais. Foram 1.608.474 eleitores que não optaram por nenhum candidato.
Aprovação e transferência de votos
Em 2014, o cenário de aprovação do ex-governador Eduardo Campos se concretizou em transferência de votos para seu sucessor, assim como mostravam as pesquisas realizadas no ano que antecedeu a eleição estadual. Segundo levantamento realizado entre 9 e 12 de julho de 2013 pelo Ibope, a gestão socialista era considerada ótima ou boa por 58% dos pernambucanos. Avaliações regulares eram 29% e ruim ou péssimo chegava a 11%.
Outra pesquisa realizada três meses depois, agora pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, indicava a força de Eduardo para eleger o futuro candidato. Sabendo que o ex-governador não poderia mais disputar reeleição, pois acabava de cumprir seu segundo mandato, os entrevistados foram perguntados sobre a possibilidade de votar em alguém apoiado por ele. Nesse contexto, 45% dos 2.423 dos consultados sinalizaram que votariam em um candidato com o crivo do socialista, enquanto 30% negaram. Não sabiam ou não quiseram responder 25% das pessoas.
Tendo começado o período eleitoral de 2014, a primeira pesquisa realizada pelo Ibope tinha o ex-senador Armando Monteiro nas alturas, com 43% da intenção de votos. Ainda pouco conhecido, Paulo só atingia 11%. Os dados são de julho. Em 13 de agosto, um acidente aéreo fatal acabaria na morte de Eduardo Campos, durante sua própria campanha presidencial. Coincidência ou não, a partir daí o sucessor do socialista subiu nas pesquisas e alcançou uma virada histórica. No primeiro turno, Paulo Câmara foi eleito a seguir com 68,08% dos votos válidos. Em seguida, Armando Monteiro assumiu a segunda colocação com 31,07%.
O que as pesquisas apontam para 2022
O primeiro levantamento sobre a próxima eleição, realizado entre 07 e 11 de agosto em mais de 80 municípios do estado, Marília Arraes (PT) e Raquel Lyra (PSDB) lideram as intenções de voto. A petista vence nos cinco cenários apresentados e chega aos 25% quando todas as opções podem ser votadas. Quando a pergunta é sobre os candidatos em que o entrevistado não votaria de jeito nenhum, a prefeita de Caruaru tem a menor rejeição (14%).
Em um eventual cenário de separação entre PT e PSB para disputar o majoritário estadual, os nomes de Marília Arraes (41%) e Humberto Costa (13%) se destacam como os mais competitivos contra o sucessor apoiado por Paulo Câmara, seguidos por Raquel Lyra (10%) e Anderson Ferreira (7%). Oscilando entre 3% e 5% das intenções, a deputada Clarissa Tercio (PSC) pode ser a alternativa bolsonarista de oposição.