Votou contra

Júnior Tércio critica aplausos à OAB por placas sobre identidade de gênero em banheiros

Vereador do Podemos sempre aposta em pautas de costumes nas discussões

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Jamildo Melo

Publicado em 27/10/2021 às 10:42 | Atualizado em 27/10/2021 às 12:04
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O vereador do Recife e pastor Júnior Tércio, do Podemos, com posicionamento divergente, movimentou o debate, na Reunião Ordinária da manhã desta terça-feira ao fundamentar seus votos contrários à alguns requerimentos em pauta.

Um deles foi em relação ao voto de aplausos à iniciativa da OAB-PE de colocar placas que respeitam a identidade de gênero de pessoas trans (transexuais/travestis/transgênero), nos banheiros da sede da instituição.

Ele disse que sentia "nojo" da conduta, proposta no requerimento, alegando que ele é pai de duas filhas, irmão, marido e filho. "Portanto, considero muito desconfortável para as mulheres terem que compartilhar do mesmo banheiro com pessoas de sexo opostos, por questão de identificação", afirmou.

O vereador é casado com a deputada estadual Clarissa Tércio, do PSC. Ele herdou o nome do sogro, quando entrou na política partidária.

"Considero essa medida horrível, uma vergonha e, portanto, parabenizo os advogados contrários à medida que ingressaram com recurso para que essa medida seja desfeita", disse o vereador.

Outro posicionamento contrário dele que movimentou o debate na Câmara dos Vereadores foi em relação à moção de repúdio contra Abimael Santos por associar, indevidamente, segundo o requerimento, o caso de depredação e destruição, no Residencial Cruzeiro ao Movimento Sem-Terra (MST).

"Esse caso vem sendo apurado e investigado pela Polícia. Mas, o "modus operandis" de agir muito se assemelha ao de integrantes do Movimento Sem-Terra que invadem terras, áreas, depredam e destroem há mais de 30 anos, desde o surgimento do movimento", disse o Pastor.

Ainda na reunião desta terça, o pastor Júnior Tércio aprovou voto de repúdio, de sua autoria em relação ao decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, que proíbe a entrada de missionários religiosas em terras indígenas isoladas.

Fora do plenário, após a divulgação do blog, um advogado rebateu a polêmica.

"(O vereador) ignora, talvez por ideologia, talvez por lhe faltar assessoramento técnico-jurídico, que a OAB tem entre as suas finalidades republicanas a de defesa dos direitos humanos (Lei 8.906/1994, artigo 44, inciso I). Nesse sentido, a luta por respeito à diversidade sexual faz parte desse leque de enfrentamentos que a Ordem promove. A República Federativa brasileira possui como um dos seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, possuindo como um dos seus objetivos principais a edificação de uma sociedade livre, justa e solidária, onde se promova o bem de todas as pessoas, sem preconceitos de quaisquer ordens, aí incluídas as discriminações por orientação sexual e identidade de gênero. (CF/1988, art. 1º, inciso III; e art. 3º, incisos I e IV)", explica um jurista local.

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