Instituto Vladimir Herzog repudia violência contra jornalista em viagem de Bolsonaro a Roma
Sob o atual governo, o Brasil se tornou um lugar hostil para o exercício da atividade jornalística
Em nota oficial, o Instituto Vladimir Herzog vem a público para repudiar as agressões sofridas por jornalistas brasileiros durante a viagem de Jair Bolsonaro a Roma no último domingo, 31 de outubro.
Jamil Chade, do UOL; Ana Estela de Sousa Pinto, da Folha de S. Paulo; Leonardo Monteiro, da Globo; Matheus Magenta, da BBC Brasil, e as equipes de reportagem que os acompanhavam foram agredidos física e verbalmente por agentes de segurança brasileiros e italianos que deram socos, empurrões e chegaram a arrancar o celular de um dos repórteres durante um passeio do presidente pela capital italiana.
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Não há dúvidas de que a atitude covarde e beligerante dos seguranças contra os jornalistas é consequência direta da postura do próprio presidente que, de forma sistemática e permanente, estimula com atos e palavras a intolerância diante da atividade jornalística.
Não podemos tratar mais este episódio de violência contra jornalistas de forma isolada. Sob o atual governo, o Brasil se tornou um lugar hostil para o exercício da atividade jornalística. Questionar a imprensa ou discordar dela são atitudes legítimas; tentar silenciá-la com ataques e tentativas de intimidação é mais uma evidente e grave violação à Constituição e ao Estado democrático de Direito, que infelizmente se tornaram comuns no Brasil.
O Instituto Vladimir Herzog presta solidariedade a todas e todos os profissionais covardemente agredidos em Roma e reafirma o compromisso em promover articulações, desenvolver novas iniciativas e acionar todas as vias legais para responder aos complexos e perigosos desafios que atravessamos. Somente assim é que seremos capazes de interromper a escalada de violações à liberdade de expressão e de ataques a jornalistas e comunicadores em todo o país.