Bastidores

Quem é o secretário de Paulo Câmara que está ardendo na fogueira das vaidades do PSB?

O secretário da Fazenda nega de forma categórica que pense em ser candidato

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Jamildo Melo

Publicado em 11/11/2021 às 15:30 | Atualizado em 05/07/2022 às 10:49
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Uma raposa felpuda do PSB contou ao blog de Jamildo que o processo de definição do nome do PSB para 2022 está se afunilando e que, neste processo, um dos nomes já postos como candidatos começa a ter problemas ou restrições com alas mais históricas do partido.

"Décio Padilha trabalha dia e noite para ser o indicado, mas está ficando cego, pela vaidade pessoal. Por conta disto, vai acumulando algumas restrições", afirma a fonte.

A primeira reclamação elencada passa pela questão dos recursos hídricos e a estatal Compesa, onde Décio Padilha foi diretor na gestão do ex-presidente Roberto Tavares.

"Décio e Roberto Tavares implantaram um modelo na Compesa que é contra o POSB rais, o PSB de Miguel Arraes, que buscava a universalização dos serviços. Se eles fossem candidatos pelo partido Novo ou Democratas, tudo bem!"

"Esses partidos colocam o lucro em primeiro lugar, em detrimento ao abastecimento dágu. 15 anos depois do PSB no poder, não é possível ter lugar sem água", afirma a fonte do blog.

Por coincidência ou não, a estatal completou 50 anos e pouca festa foi feita, possivelmente para não atrair questionamentos que não pudessem ser respondidos.

"Há deputados da base que apanham porque não tem água no interior. Tem cidades com 30 dias sem água. Decidiu-se investir onde tinha mercado. Quem sabe não se criou uma geração de (membros do) Novo lá dentro?"

Ajuste fiscal sem Paulo Câmara

Uma segunda reclamação que tem sido ventilada nos bastidores contra o secretário passa pela paternidade do ajuste fiscal.

"25 estados melhoraram as contas. Não foi só aqui"

"O governo tem sete anos com Paulo Câmara. O ajuste fiscal do Estado não é resultado de 3 anos (do secretário de Fazenda). Foi um esforço imenso de todos, mas é como se o mundo tivesse começado com ele.

A obtenção do Capag B também foi uma grande vitória dos técnicos da União, que convenceram Paulo Guedes a ter défict e repassar recursos para os Estados. Se o dinheiro ficasse lá, com a União, ia ter greve de políciais militares e civis e não teria hospitais para tratar a covid", explica.

Foto: Hélia Scheppa/Governo de Pernambuco
Foto: Hélia Scheppa/Governo de Pernambuco - Foto: Hélia Scheppa/Governo de Pernambuco

Pisando em terreno movediço

De acordo com essas fontes de bastidores, Décio Padilha também não estaria agindo com inteligência ao criticar Fernandha Baptista, secretária de Infraestrutura de Paulo Câmara.

"Fernanda chegou agora", teria dito Décio Padilha. "O secretário esquece que ela estava na Emlurb e trabalhou com João Recena, um arraesista histórico. João Recena continua gozando de grande prestígio no parido e até indicou a secretaria de Fazenda do Recife. Assim, ao criticar Fernanda, Décio está pisando em terreno movediço"

"Resumindo, o ajuste todo não é de uma pessoa e sim sistêmico. Uma pessoa para subir não precisa pisar nos outros. Se quiser perder, o melhor caminho é se dividir. Só tem um que pode unir o time, Geraldo Júlio. Começou a guerra e eu tenho lado", diz a fonte do blog.

"Lascou o futuro"

Para citar que Décio Padilha não teria assim tanto compromisso com ajuste fiscal, a fonte socialista disse que, em 2012, no ano em que se filiou ao PSB, Padilha proporcionou um aumento para os gestores públicos que Eduardo Campos havia criado para a Seplag, para a Controladoria e Secretaria de Administração.

"Assim, ele lascou o futuro, criou quase uma nova auditoria da fazenda. Na Sefaz, tem uma visão muito fiscalista, para ser candidato do PSDB ou Democratas, beleza!"

Outro lado

Com a palavra, o secretário Décio Padilha

Décio Padilha, assinando como auditor fiscal do Estado, respondeu em breve nota às especulações de bastidores com o seu nome sendo vinculado à postulação a cargo eletivo.

"Sou um servidor público de carreira da Sefaz há mais de 27 anos, tendo um perfil técnico e focado apenas nos resultados que tragam melhorias para o Estado de Pernambuco;

Na minha vida profissional, nunca vislumbrei concorrer para cargo eletivo, muito pelo contrário, não tenho perfil e sei que posso contribuir com o meu estado na função de gestor público e não na atividade político-partidária ou de mandato eletivo;

Não sou, não serei candidato a qualquer cargo eletivo e muito menos ao Governo do Estado. Meus planos são no sentido de continuar na minha carreira fazendária até minha aposentadoria, carreira esta que tenho muito orgulho e que traz extrema realização profissional para mim;

Quanto à crítica a minha colega secretária, informo que não procede, inclusive tento ao máximo ajudá-la no dia a dia, pois juntos, colaboramos com o governador Paulo Câmara na implantação do maior plano de recuperação de estradas. Tenho o maior carinho, respeito e atenção por ela;

Concluo reiterando que não sou candidato ao cargo de governador ou deputado e que além de não estar nos meus planos e da minha família, tenho clareza absoluta de não ter perfil para cargo eletivo. Tenho o maior respeito e admiração por quem exerce cargos eletivos, mas não será o meu projeto hoje, amanhã ou no futuro.

Continuarei trabalhando duro para ajudar o governador Paulo Câmara e ao Estado de Pernambuco, mas exclusivamente na função de servidor público de carreira e não em mandatos eletivos"

Atualização/Defesa dos servidores

Nesta sexta, o presidente da Federação Nacional de Carreiras de Gestão de Políticas Públicas - FENAGESP, Cid Bezerra, disse que a afirmação de que Padilha proporcionou aumento aos gestores era contestada.

“Não é verdade que os Gestores Governamentais tenham tido aumento em 2012. A valorização do servidor só ocorreu em 2014 e, mesmo assim, ainda se encontra defasada em relação a outros entes que têm a mesma carreira”, afirma.

"O futuro passa pelo bom uso do dinheiro"

Ainda em resposta à fonte do PSB, Cid afirma que os "gestores são a garantia de um futuro melhor para o Estado".

"Na busca por uma gestão pública profissional, capaz de produzir avanços em todas as áreas da sociedade, foi criada em 2008 por Eduardo Campos a carreira que hoje participa das principais políticas públicas: merenda escolar, orçamentos, apoio a municípios, controle, compras do estado, o Ganhe o Mundo, contratação de médicos e professores, o Pacto pela Vida que tanto contribui para nossa segurança, contam com a atuação dos Gestores Governamentais. Graças a estadistas como Eduardo Campos, Paulo Câmara, Geraldo Júlio, Fred Amâncio, Décio Padilha, entre outros, o estado criou e apoiou uma carreira que foca na eficiência da máquina pública e no bom uso do dinheiro dos pernambucanos”, afirma. 

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