Alexandre Valença vê oportunidades para indústrias que diversificarem a produção em Pernambuco
A alta dos custos gerada pela crise logística favorece a substituição de importados por produtos fabricados no Brasil.
O cenário atual, marcado pela crise logística gerada pela escassez de contêineres e alta do frete marítimo, pode estar gerando uma janela de oportunidades para as indústrias nacionais que estão investindo em inovação e diversificação da produção.
A afirmação é do empresário Alexandre Valença, presidente do Sindicado das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pernambuco (Simmepe). Para ele, a alta dos custos gerada pela crise logística, favorece a substituição de importados por produtos fabricados no Brasil.
Segundo Valença, especialistas estimam que levará alguns anos para que a normalidade seja restaurada no setor logístico e, mesmo assim, os custos devem permanecer altos. Além disso, ele argumenta ainda que a crise veio chamar a atenção para a necessidade da descentralização da produção mundial, hoje concentrada nos países asiáticos.
“As empresas devem avaliar se este é o momento de ampliar o portfólio de produtos por meio da inovação e do aproveitamento de todo o potencial da capacidade instalada”, afirma Valença.
“Quem conseguir aproveitar as oportunidades geradas por essa nova realidade tem muito a ganhar”, destaca Valença, que foi secretário estadual de desenvolvimento no governo Jarbas Vasconcelos e secretário do trabalho no governo Paulo Cãmara.
Com o objetivo de apoiar as micro e pequenas indústrias a se adaptarem a esse novo cenário, o Simmepe está lançando esta semana um programa gratuito de desenvolvimento empresarial com foco na inovação, reestruturação e fortalecimento do setor.
O programa inclui a realização de um diagnóstico das empresas com a finalidade de avaliar o nível de maturidade de gestão, vulnerabilidades e principais oportunidades.
Os resultados do diagnóstico servirão de base para a estruturação do programa de desenvolvimento.
O presidente do Simmepe afirma que oito em cada dez indústrias grandes e médias brasileiras inovaram em 2020 e 2021 e viram crescer sua produtividade, sua competitividade e seus resultados financeiros, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com ele, essa iniciativa por parte das micro e pequenas indústrias é bem menor em virtude dos muitos desafios para implementação de inovações devido à falta de uma cultura inovadora, dificuldades de tirar ideias do papel, limitação de recursos ou medos de assumir riscos.
“Em razão disso, estamos focando nesse segmento empresarial a fim de atuar como parceiro estratégico no esforço de adequação às novas realidades do mercado e aproveitamento das oportunidades”, ressalta.