Locadora pistola

Mais um deputado tem carro oficial confiscado na Alepe, nesta sexta

O episódio de quarta-feira gerou constrangimento e transbordou em críticas no grupo privado dos parlamentares

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Jamildo Melo

Publicado em 03/12/2021 às 11:34 | Atualizado em 03/12/2021 às 12:42
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O deputado Rogério Leão, atualmente no PL, foi o mais recente parlamentar pernambucano a passar pelo constrangimento de ter o carro confisco, ao chegar para trabalhar na Assembleia Legislativa do Estado, nesta sexta-feira.

Em um grupo interno, o líder da Oposição, Antônio Coelho, que teve carro confiscado na quarta-feira, informou que existem 17 carros da mesma locadora que podem ser tomados de volta, por conta de suposta falta de pagamento. A locadora que serve aos parlamentares é subcontratada.

Nesta quinta-feira, o blog havia revelado que ao menos dois parlamentares passaram por vexame semelhante, na quarta-feira, no estacionamento da casa, quando oficiais de Justiça foram ao prédio da Assembleia Legislativa do Estado com ordens para apreender veículos de uma locadora, sublocada de uma prestadora de serviço da casa.

Rogério Leão ligou para o primeiro secretário da Alepe, Clodoaldo Magalhães, que prometeu resolver a situação. Como vários parlamentares, o deputado usa a caminhonete para visitar bases pelo interior.

O líder da Oposição, Antônio Coelho, foi um dos que usavam carro da locadora e ficou sem carro. Outro parlamentar foi o deputado estadual Guilherme Uchoa Júnior. Até parlamentares que usavam carros particulares foram abordados.

Na quarta-feira, a presidência da Alepe foi contatada, mas disse que o problema era da primeira secretaria.

Também na quarta, a assessoria da primeira secretaria informou ao Blog que não foi informada oficialmente de nada e que por isto não sabia explicar o que aconteceu.

Um parlamentar, sob a condição de anonimato, deu uma versão que faz sentido.

"O dono da locadora, sem receber da Alepe, deixa de pagar à empresa sublocada. A empresa sublocada, sem receber também, deixa de pagar os carros. Ai vem o banco e pede à Justiça para reaver os bens. Por tabela, o constrangimento recai sobre os parlamentares", explica. "O carro é financiado e não estava sendo pago. O dono da locadora não paga e o banco pede de volta. A Assembleia não tem como reclamar, se deve à contratada"

ROBERTO SOARES/ALEPE
OPOSIÇÃO André Coelho foi um dos que teria ficado sem o veículo - ROBERTO SOARES/ALEPE

Outra fonte deu mais detalhes da crise.

"Estive na Alepe e a reclamação dos deputados é geral. O ar condicionado do plenário não funciona bem, a máquina de café do buraco frio que serve ao plenário está quebrada e não mandam consertar. Tem faltado até água nos gabinetes. O teto do plenário está com problemas e não consertam. Não fazem manutenção na pintura dos gabinetes e tiveram todo o período da pandemia pra fazer. Essa questão dos carros ontem entornou o caldo porque é só a ponta do iceberg. Os motoristas de locadora não receberam metade do 13.o e a locadora não mantém os carros. Tem deputado pagando do próprio bolso a manutenção dos veículos", afirma uma fonte do blog.

O episódio gerou constrangimento e transbordou em críticas no grupo privado dos parlamentares

"Faltou água hoje nos gabinetes. Calor miserável agora no Plenário. Telhado caindo. Colegas, situação além do absurdo agora. Oficial de Justiça aqui na Alepe para apreender diversos carros da Casa. Um deles é o meu", reclamou Antônio Coelho, líder da Oposição.

"Falha grave que coloca diversos colegas em uma situação de constrangimento. E mancha a imagem da Instituição"

Joel da Harpa também reclamou. "Essa questão da locadora é um absurdo. Eles não querem nem trocar os pneus".

Jô Cavalcanti, do Juntas, acrescentou que os motoristas estavam sem receber o décimo terceiro.

Romero Albuquerque reclamou que a máquina do café estava quebrada. "desde que retornamos o ar condicionado do plenário não funciona, não temos café expresso porque a máquina não funciona e ossos gabinete estão sem manutenção. O wi-fi da Alepe está sem funcionar"

Willian Brígido colou uma nota de R$ 100 reais ao lado da palavra "palavras".

Para não ficar desatualizado das confusões, o líder do governo, Isaltino Nascimento, que tava fora do grupo desde o começo do ano, foi colocado de volta.

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