Eleições 2022

Moro diz que entrou na disputa para quebrar polarização de Lula e Bolsonaro. 'O Brasil estava indo para um funeral'

Ex-ministro criticou tanto Lula como Bolsonaro, e a Justiça Federal

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Jamildo Melo

Publicado em 06/12/2021 às 0:32 | Atualizado em 06/12/2021 às 11:08
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Na palestra que fez no Recife, neste domingo, durante o lançamento do seu livro na capital pernambucana, Moro afirmou com todas as letras que seu objetivo ao se lançar na disputa presidencial de 2022 é quebrar a polarização entre petistas e bolsonaristas.

"Eu decidir entrar na política quando me perguntei se estávamos indo para uma eleição ou para um funeral? Onde o eleitor iria apenas ter o direito de escolher a cor do caixão", afirmou, em referência às bandeiras partidárias.

 O ex-ministro da Educação chegou a comentar: "Moro não se coloca como salvador da pátria e pode quebrar outra polarização. Ele é positivo e maduro. Hoje ele é a alternativa que se consolidou no centro do Brasil. Ele é íntegro e correto, tem uma história honrada, pode ajudar muito no debate eleitoral brasileiro".

Moro optou por não falar com a imprensa. Na porta do teatro, aconteceu um breve protesto contra a sua postulação. No palco, quando voltou para assinar alguns livros, ele era cercado por ao menos oito seguranças. Havia detectores de metal na porta do teatro. Em função da protuberância sob a camisa, pareceu estar vestindo um colete à prova de balas.

Mais uma vez, como no livro que escreveu, elogiou o ex-governador João Dória, do PSDB, por ter ajudado no combate ao PCC, no início do governo Bolsonaro, com a transferência de presos da facção para presídios federais.


Apelo aos jovens

Na mensagem final, Moro fez um apelo aos jovens para que olhassem menos para o consumo e mais para a cidadania e defendeu a política, como remédio para olhar para frente e superar o atual desapontamento. "Devemos olhar para frente e encontrar soluções".

Nesta hora, ele pediu engajamento das pessoas para a votação na semana que vem de projeto sobre a prisão em segunda instância.

"É importante para o País. Que Páis eles vão herdar de nós? Nossa geração fracassou em muitas coisas, mas podemos melhorar um pouco. Por isto, a minha mensagem é de esperança. A Lava Jato representou que podemos ser uma versão melhor de nós mesmos como País"

Ironias com Lula

Numa das primeiras falas, Moro alvejou Lula. "As pessoas podem ser enganadas, mas não o tempo todo. Querer dizer que não teve mensalão e petrolão? Não podem reescrever a história", afirmou. "Havia gente que roubava a Petrobras como nunca antes na história deste pais", afirmou, usando um bordão de Lula, para causas sociais do seu governo.

Na palestra, ele defendeu a divulgação do áudio de Dilma em conversa com Lula. "Não tenho porque ficar guardando segredo sujo de outras pessoas", afirmou, explicando que a iniicativa de Dilma na época lhe pareceu obstrução da Justiça.

Ao explicar que foi morar e trabalhar nos Estados Unidos, depois de sair do governo, Moro brincou com as críticas que recebeu. "Era o agente da cia, comunista e empregado da Globo. Você imagina o tamanho do contracheque que devia receber", ironizou. O PT o acusava de ter quebrado a Petrobras por interesse dos EUA.

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