No Recife, Moro promete levantar discussão sobre papel da Justiça no Brasil nas eleições de 2022
"Esses escândalos de corrupção começaram no governo do PT. Teve compra de apoio político no governo do PT. Quem era o presidente?", disse Moro
Em meio a uma série de observações críticas em relação ao sistema judiciário brasileiro, na sua palestra no lançamento do seu livro na capital pernambucana, neste domingo, o pré-candidato do Podemos, Sérgio Moro, prometeu tratar do setor nas eleições de 2022.
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"Em 22, vamos colocar a nossa Justiça em discussão e tentar reformar, fazer que funcione. A Justiça é importante para a vida das pessoas. A pessoa não vê justiça, não vê resposta. A vítima de um crime tem que ter resposta", afirmou pouco antes do encerramento do discurso no teatro Rio Mar, na zona Sul.
"Tem algo profundamente errado com a Justiça, quando formalismos atrasma o combate aos casos de corrupção. Vejam o caso da Boat Kiss, oito anos dpeois nao tem resposta. Que raio de resposta é esta? O sistema não está funcionando e precisa mudar. O modelo estrangeiro não é a solução para novos problemas. Foi por isto que pedi ao presidente Bolsonaro para vetar o juiz de garantias, mas ele aprovou", afirmou.
Como no livro que escreveu, na palestra pública o ex-juiz da Lava Jato criticou o STF, ainda que com palavras mais urbanas do que os radicais de direita, pelas redes sociais. O mote mais uma vez foi a anulação das condenações de Lula e a posterior declaração de sua imparcialidade na condução dos processos.
"O STF pode dizer o que quiser, mas todo mundo sabe que a Petrobras foi roubada no governo do Partido dos Trabalhadores", disse. "Esses escândalos de corrupção começaram no governo do PT. Teve compra de apoio político no governo do PT. Quem era o presidente?
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Em dado momento, sem lançar mão do juridiquês, Moro falou sobre a prisão de Lula e a suspeição, declarada depois pelo STF, que ele chamou de erro do Judiciário.
"Nunca tive um sentimento de animosidade pessoal contra Lula. Ele respondeu o processo em liberadade e foi o Tribunal (da 4ª Região) que expediu um mandato de prisão. É conversa fiada que eu condenei. Eu fui só o juiz de primeira instância. Até o STJ manteve a prisão. O STF negou o habeas corpus, Era o certo a fazer... (depois) vem o supremo e diz que não tem nada com isto", questionou.
Revide do sistema
Na sua fala, Moro disse que ficou desapontado com o Congresso e com o Supremo Tribunal Federal.
"Vamos respeitar as cortes de Justiça, mas será que é tudo papel, carimbo e formulário no combate à corrupção? Culminando com um grande erro judiciário com a anulação da condenação de Lula? .... A verdade não precisa do reconhecimento de um juiz... (a verdade) é que o sistema revidou e não quer dizer que errou lá antes"
"Não tem pais do mundo que tenha crescido com base em corrupção. Os países com melhor IDH são os menos corruptos. Os mais corruptos tem baixo desenvolvimento, baixo IDH. A Lava Jato foi uma história de sucesso, eu tenho orgulho, embora saiba que não sou infalível"
No que toca ao Congresso, Moro repetiu, como no livro, que pediu mais uma vez ao presidente Bolsonaro que vetasse pontos que ele achava relevante. "O que era relevante ele não vetou. Saiu numa edição do Diário Oficial em 24 de dezembro, quando as pessoas estão pensando nas renas e papai Noel. Foi meu presente de Natal do governo (Bolsonaro)", afirmou. "(Suportei) a pressão não parava, até que ele disse que passaria por cima (para trocar comando da Polícia Federal). Tá tudo ali na reunião ministerial, é claro e cristalino"