Combate ao vírus

João Campos cobra limitações para quem não tomou a vacina

João Campos: "Ninguém pode ver o Brasil como o paraíso dos não-vacinados"

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Jamildo Melo

Publicado em 06/12/2021 às 12:20 | Atualizado em 06/12/2021 às 16:27
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O prefeito do Recife, João Campos, participou de um debate na GloboNews, ao lado dos prefeitos Alexandre Kalil, de Belo Horizonte, e Ricardo Nunes, de São Paulo. Na pauta, o impacto da pandemia e suas variantes, festas de fim de ano, Carnaval e o cenário político do país.

João Campos abriu a conversa falando sobre a criação do comitê executivo entre as capitais nacionais com os maiores carnavais do país, onde destacou a importância do alinhamento entre as cidades envolvidas para uma decisão conjunta.

Também falou sobre o sucesso do Carro da Vacina, iniciativa criado no Recife que leva o imunizante nas periferias do Recife com a linguagem do povo.

“Eu tive uma reunião com o prefeito Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e lá surgiu uma ideia de juntarmos os cinco maiores carnavais do Brasil: Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte para poder compreender como as cidades estão se preparando para um eventual carnaval ou a não realização dele. Fizemos um primeiro encontro e a expectativa é que daqui a pelo menos 10 dias, a gente possa avançar esse debate entre as gestões municiapais. Cada cidade, cada prefeito, tem autonomia para decidir, mas quando a gente compartilha informações, protocolos, números, angústias e pontos seguros, a gente pode ter maior firmeza para tomar a decisão. Estamos em fase de conversa entre as equipes técnicas para em seguida tentar avançar e buscar uma posição harmônica entre as cidades”, disse o prefeito no programa GloboNews Debate.

Durante a conversa, o gestor municipal foi elogiado pelo lançamento do Carro da Vacina para imunizar a população contra covid-19 sem agendamento.

“Nós temos diversas formas para potencializar a vacinação, porque esse é o caminho efetivo para vencermos a pandemia. Aqui tem o tradicional carro do ovo, que é o carro que circula nas comunidades anunciando a venda de ovo, para vender na hora. A gente pegou esse modelo e colocou uma equipe de vacinação dentre de algumas vans, que vai anunciando o imunizante anticovid em pontos de comércio, mercados públicos, saídas e entradas de escolas. Com isso, conseguimos mais de 10 mil vacinados nos últimos 10 dias com o carro da vacina”, compartilhou o gestor.

O prefeito João Campos sinalizou a preocupação com os não vacinados no Brasil e como isso reverbera no mundo, sendo importante a exigência de um passaporte da vacina.

“É importante destacar que o Brasil não pode virar paraíso dos não-vacinados. A gente tem que exigir o comprovante da vacinação para entrar aqui. É assim que a União Europeia está fazendo, os Estados Unidos, e a gente precisa também garantir essa exigência. E que ela partirá de uma medida do Governo Federal. O diálogo é fundamental. Quando a gente faz parte de uma República Federativa, é preciso haver civilidade, ter capacidade de diálogo e que de fato faz muita falta a ausência de coordenação nacional. A pandemia ceifou mais de 616 mil vidas no Brasil e, por muitas vezes, houve omissão do Governo Federal para conduzir esse debate", disse.

"É preciso levar a sério a técnica, ciência e evidências que se comprovam com muitos estudos. Essa forma como o debate foi colocado, muitas vezes estimulado de maneira equivocada pelo Governo Federal, atrapalhou muito as decisões tomadas pelas esferas e comitês, do ponto de vista técnico. Nosso papel, nas grandes cidades, é poder ter muita firmeza no debate, poder ouvir todas as partes, mas decidir com muita coerência e com respeito às evidências científicas”, declarou João Campos.

João Campos reafirmou a necessidade de garantir maiores limitações para quem não tomou a vacina.

“A vacinação é uma estratégia de imunização coletiva. É uma pandemia agressiva, que só passa se você conseguir promover uma vacinação coletiva. Somos um país muito grande, um destino turístico muito forte. Que nós não sejamos vistos como um grande celeiro de pessoas que toleram a não-vacinação. Para isso, aqui no Recife, investimos mais de R$ 35 milhões em toda estrutura de vacinação, como instalação de 22 centros e mais 800 profissionais dedicados a isso”.

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