Manifestantes dizem que foram barrados em protesto; Câmara do Recife nega
Grupos protestaram contra licitação, já cancelada, de kits de luxo destinados aos parlamentares do Recife
Manifestantes do Livres e da UJL não conseguiram entrar na Câmara dos Vereadores do Recife para protestar contra a licitação, revelada pelo Blog de Jamildo, de itens de luxo destinados aos parlamentares. O grupo diz ter sido barrado, mas a Casa José Mariano nega.
Os manifestantes tentaram entregar blocos de notas e canetas populares aos vereadores, em referência às canetas de luxo, blocos de nota e mochilas de couro legítimo que seriam comprados pela licitação. A compra foi suspensa após a repercussão negativa. O custo seria de R$ 279 mil.
Segundo o coordenador do ato e líder Livres, Professor Thiago do Uber, a proibição do acesso só mostra a falta de sintonia com os interesses da sociedade. "Queríamos entregar os blocos de notas e as canetas, para simbolicamente mostrar para os vereadores que este tipo de gasto nada mais é que privilégio. Mesmo com um gesto pacífico que tinha por objetivo propor uma reflexão sobre os gastos da Câmara, não fomos bem-vindos, o que simboliza que para eles a presença do povo não é bem-vinda".]
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"A Câmara Municipal do Recife justifica que jamais impediu ou dificultou a entrada de qualquer pessoa na Casa de José Mariano. Para ter acesso às dependências do prédio é necessária, porém, a identificação e a informação sobre para qual setor ou gabinete, o visitante pretende ir. Esse é um protocolo que funciona em praticamente todos os prédios públicos, para cadastro e controle de circulação", respondeu a equipe do legislativo municipal.
Pela recepção, houve a tentativa de contato com o presidente da Câmara, Romerinho Jatobá (PSB) e o primeiro vice-presidente, Eriberto Rafael (PP), ordenadores de despesas. De acordo com informações repassadas pelos funcionários, em nenhum dos gabinetes atenderam as ligações.
Presidente da UJL em Pernambuco, o estudante Marco Maciel também comentou o desfecho da ação. "Hoje fomos impedidos de entrar na Câmara, mas isso só evidenciou o que viemos criticar, que é o descaso dos vereadores com a população. Milhares de reais para canetas, blocos de papel e mochilas enquanto o povo sofre até sem comida é revoltante", finalizou.