MoveCidade se veste de amarelo para ajudar a reduzir mortes evitáveis

Publicado em 06/05/2019 às 7:19 | Atualizado em 12/05/2020 às 11:39
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Foram 34 mil mortes em 2017, segundo dados ainda preliminares do DataSus – que historicamente aumentam no ano subsequente. E outras 27 mil vidas perdidas no ano anterior, 2016. Nos últimos 20 anos o Brasil perdeu 662 mil pessoas em colisões de trânsito – que ainda insistimos em denominar, quase sempre equivocadamente, de acidentes de trânsito. Mortes no trânsito são evitáveis. Acidentes, não. Por tudo isso e pelo custo anual de R$ 56 bilhões que as vítimas dessa matança evitável geram para a saúde pública – são 600 mil pessoas com sequelas permanentes por ano – que o Blog e a Coluna MoveCidade se vestem de amarelo como alerta para a necessidade de redução da violência no trânsito. Celebra o Maio Amarelo, movimento que chega a 6ª edição tentando incutir na população que só a consciência, a prudência, a educação e a gentileza ao volante vão salvar vidas nas cidades, nos estados e nos países.

 

Razões não faltam para tanto alerta. A morte no trânsito chega pela mão do homem, do condutor. Apesar das falhas na segurança viária, como avenidas e estradas ruins, mal sinalizadas e perigosas, é o condutor quem mais arrisca e erra. Entre especialistas, sabe-se que 90% dos acidentes têm como motivação as falhas humanas como imperícia, imprudência e desatenção. “Somos os responsáveis pelos nossos atos no trânsito e ter consciência clara disso é um dos caminhos para a reversão do triste cenário não só do Brasil, mas de todo o mundo”, ressalta José Aurelio Ramalho, diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONVS) e idealizador do Movimento Maio Amarelo.

 

Apesar de uma pequena redução na quantidade e na fatalidade das colisões – em seis anos houve uma redução de 27,4% dos óbitos nas capitais do País – , a estrada é longa. Bastante longa. O Brasil deveria chegar em 2020 com 21.422 mortes em decorrência do trânsito, o equivalente a uma redução de 50% no número de óbitos registrados em 2010, que foi de 42.844. Assim, atenderia de forma realista as exigências da chamada Década da ONU de Ação pela Segurança Viária 2011-2020 (UN Decade of Action for Road Safety 2011-2020), pacto mundial assinado pelo País em 11 de maio de 2011. É claro que registrar mais de 20 mil mortes por ano no trânsito está longe de ser algo a se comemorar, mas seria uma redução real e, principalmente, estimulante. Mostraria que é possível. Mas estamos longe disso. Se os dados do DataSus se confirmarem, teremos uma redução de 8% de 2017 em relação a 2016.

A meta de alcançar as 21.422 mortes em 2020 é defendida pelo ONSV. Para o Observatório, a metodologia proposta pelas Nações Unidas tornou-se obsoleta e pouco ambiciosa, já que houve uma frustração da perspectiva de crescimento econômico do País. Por isso, a entidade defende que a meta seja a redução de 50% sobre o número de mortes por colisões de trânsito em 2010, que foi de 42.844. Assim, o Brasil precisaria alcançar um número inferior a 21.422 mortes em decorrência do trânsito. A lógica, defendida pelo ONSV, é a mesma interpretação que os ativistas em defesa da vida no trânsito têm.

   

 

RETIRADA DE RADARES É RETROCESSO

Em contraponto ao Maio Amarelo, o Brasil vive um momento de retrocesso que, se for mantido, terá impacto direto e negativo nas estatísticas da violência no trânsito. Especialmente na fatalidade dos chamados acidentes de trânsito. Estamos falando da decisão da Presidência da República de suspender a instalação de quatro mil radares que monitorariam 8.015 pontos nas estradas federais, sob o argumento defendido pelo próprio presidente Jair Bolsonaro de que os equipamentos são uma indústria de multas. Equipamentos de fiscalização de excesso de velocidade salvam vidas. É fato.

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DESLIGAMENTO DE LOMBADAS À NOITE É MARCA DO RECIFE

O Recife tem uma situação ainda mais peculiar quando o tema é excesso de velocidade. Há 16 anos a capital é obrigada a desligar todos os equipamentos de fiscalização eletrônica, incluindo as lombadas/radares. E, acreditem, por determinação judicial motivada por uma ação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). E, pasmem, embora os números mostrem que há razões de sobra para que os radares sejam religados das 22h às 6h, quando acontecem 30% dos episódios no trânsito, como colisões e capotamentos.

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