Investimento pela mobilidade a pé no Recife

Publicado em 29/06/2019 às 19:58 | Atualizado em 23/10/2020 às 19:54
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Programa da Prefeitura do Recife ainda é pouco para a dimensão dos problemas para o caminhar, mas a mobilidade a pé da cidade nunca recebeu tanto investimento. Fotos: Brenda Alcântara e Léo Dantas/JC Imagem  

 

Ele foi lançado pela Prefeitura do Recife no início da primeira gestão do prefeito Geraldo Júlio (PSB), mas não vingou. Depois, em 2017, foi relançado e começou a deslanchar. O projeto Calçada Legal, que pretende recuperar e requalificar 134 quilômetros de calçadas e 56 mil metros quadrados de largos em diferentes áreas da cidade, tem o mérito de ser o primeiro a ser executado na cidade com essa dimensão. Pelo menos nas últimas décadas. O total de quilômetros de calçadas que serão reformados representa aproximadamente 30% do sistema viário pavimentado da cidade. Não deixa de ser pouco quando consideramos a quantidade de problemas que o caminhar enfrenta no Recife. São muitos e estão por toda parte. Isso é fato e quem caminha pelo Recife sabe. Mas é preciso destacar o esforço da gestão municipal para tentar recuperar um histórico tempo perdido para a mobilidade a pé.

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“É um sinal claro de prioridade de gestão. Ninguém pode duvidar disso. Não existe município que, lá atrás, em 2013, quando fomos buscar o financiamento pela Caixa Econômica Federal (CEF), via o antigo Ministério das Cidades, tenha proposto um projeto voltado para a mobilidade a pé. Isso nos diferenciou e precisa ser considerado”, argumenta o secretário de Infraestrutura do Recife, Roberto Gusmão, pasta que coordena o projeto. O Calçada Legal representa um investimento de R$ 105 milhões. Quase a totalidade dos recursos (95%) é financiada pela Caixa e 5% são contrapartida do município.

 

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Fotos: Léo Motta e Brenda Alcântara/JC Imagem
3 - Fotos: Léo Motta e Brenda Alcântara/JC Imagem
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Até o fim de 2020 a prefeitura promete requalificar 114 ruas e 12 largos da cidade, localizados em diferentes áreas, mas predominantemente em corredores de transporte com grande circulação de pedestres e na área central da capital. O projeto foi dividido em dez lotes, cada um com uma média de 10 a 12 quilômetros (mas há lotes com 16 e 17 quilômetros), dos quais dois estão quase concluídos e o terceiro está iniciado. “Estamos dando prioridade ao caminhar da maioria da população, já que a mais recente Pesquisa de Origem e Destino do município revela que 80% dos recifenses usam o transporte coletivo ou se locomovem a pé para o trabalho, a escola, a faculdade ou para chegar em casa. Por isso escolhemos vias que recebem o transporte público”, destaca o presidente da Autarquia de Urbanização do Recife (URB), João Alberto Costa Faria.

No pacote de novas calçadas estão vias como as avenidas Barão de Souza Leão (Boa Viagem), Maria Irene (Jordão), Rui Barbosa e Amélia (Graças), João de Barros e do Príncipe (Santo Amaro), Gervásio Pires (Boa Vista), Arquiteto Luiz Nunes (Imbiribeira), Augusto Calheiros e Santos Araújo (Afogados), Avenida do Forte e Carlos Gomes (Cordeiro), Coelhos (Coelhos), João Lira e Mário Melo (Santo Amaro) e Oliveira Lima (Soledade). Os passeios estão sendo pavimentados com materiais antiderrapantes, pisos táteis, sinalizadores e direcionais. Também têm recebido rampas de acessibilidade, preservação dos passeios históricos e paisagismo, entre outras melhorias.

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NOVA CICLOFAIXA

No embalo das melhorias para o caminhar, os ciclistas também serão beneficiados. A requalificação das calçadas da Rua Oliveira Lima, paralela à Avenida Conde da Boa Vista, no bairro de mesmo nome, vai viabilizar a implantação de uma ciclofaixa de 1,5 quilômetro na via. Os trabalhos no local começaram na semana passada e devem ficar prontos em meados do segundo semestre.

Simulação da ciclofaixa prevista para a Rua Oliveira Lima de Ronaldo Câmara/Arquivo Artes JC  sobre foto de Guga Matos/Arquivo JC Imagem O equipamento será implantado na faixa da direita da via, onde hoje existe um estacionamento público para carros. Segundo a URB, 39 vagas serão perdidas para dar lugar à ciclofaixa. O uso das vagas de estacionamento de carros em vias da cidade já tinha sido anunciado pela prefeitura durante as coletivas de impressa sobre as obras da Nova Conde da Boa Vista.

A estratégia, como explicado na época, tem como objetivo viabilizar espaço para ampliar a malha ciclável da cidade. A ciclofaixa da Rua Oliveira Lima, inclusive, faz parte de uma rota alternativa de bicicletas entre 10 e 14 quilômetros que deveria ter sido implantada na Avenida Conde da Boa Vista, como previsto no Plano Diretor Cicloviário (PDC). Segundo Taciana Ferreira, da CTTU, a ciclofaixa da Oliveira Lima se interligará com o equipamento que será implantado simultaneamente na Rua Corredor do Bispo. A implantação deverá começar asssim que a primeira parte da rota for concluída.

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