Nova ciclofaixa liga Boa Vista e Santo Amaro ao Espinheiro

Publicado em 12/11/2019 às 7:50 | Atualizado em 08/05/2020 às 15:35
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Novo equipamento conecta a Ciclovia Jornalista Graça Araújo ao bairro do Espinheiro. Era reivindicação antiga dos ciclistas. Fotos: Felipe Ribeiro/JC Imagem  

 

Em extensão, ela é pequena e totaliza apenas 1,4 quilômetro. Mas como ligação tem muito valor porque conecta o ciclista que já usa a Ciclovia Jornalista Graça Araújo (construída no canteiro central da Avenida Mário Melo e da Rua dos Palmares), em Santo Amaro, área central do Recife, à Avenida Agamenon Magalhães e, posteriormente, ao bairro do Espinheiro, na Zona Norte do Recife, facilitando o acesso da região ao Centro. Reivindicação antiga dos cicloativistas, a conexão está sendo implantada pela prefeitura nas Ruas Álvares de Azevedo, Doutor Leopoldo Lins e Monte Castelo, entre os bairros da Boa Vista e Santo Amaro, e nas Ruas Buenos Aires e da Hora, no Espinheiro.

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O equipamento será uma ciclofaixa (quando a segregação do tráfego de veículos é parcial, feita com tachões) com trechos unidirecional (sentido único) e bidirecional (sentido duplo). Começou a ser pintada na semana passada e deverá ser entregue oficialmente nos próximos dias. A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) a batizou de II Etapa da Rota Jornalista Graça Araújo e destacou que, com o novo equipamento, a cidade passará a ter 101,4 quilômetros de malha ciclável – uma expansão superior a 320% em relação ao que existia sete anos atrás, no início da primeira gestão do PSB, em 2013, quando a capital só tinha 24 quilômetros de infraestrutura para a bicicleta.

A nova etapa começa na Rua dos Palmares (continuação da Avenida Mário Melo), após o término da Ciclovia Jornalista Graça Araújo, e seguirá à direita na mesma via para acessar as Ruas Álvares de Azevedo e Doutor Leopoldo Lins, até chegar à Avenida Agamenon Magalhães. O equipamento continuará na travessia da Agamenon Magalhães pela Rua Buenos Aires até a Rua da Hora. Além disso, a rota também voltará da Rua Doutor Leopoldo Lins pela pista local da Avenida Governador Agamenon Magalhães, através da Rua Monte Castelo, para a faixa de retorno da Avenida João de Barros e Rua Álvares de Azevedo. A ciclofaixa será unidirecional nas Ruas Monte Castelo e Doutor Leopoldo Lins. No caso da Monte Castelo, ela será contrária ao sentido do tráfego de veículos.  

Achei muito bom para o ciclista. Eu vou usar muito. Só defendo que a prefeitura precisa discutir a implantação nos bairros com a população, principalmente os comerciantes. Em Santo Amaro, por exemplo, muitos foram prejudicados”, pondera o conselheiro tutelar André Torres

   

Segundo a CTTU, com essa nova etapa a Rota Jornalista Graça Araújo passará a ter 4,2 quilômetros e permitirá várias conexões. “Ela se conecta com a Ciclofaixa Santo Amaro, que se interliga com a Ciclovia Avenida Norte e com o Eixo Cicloviário Camilo Simões, que chega ao município de Olinda. O Eixo Camilo Simões, por sua vez, tem ligação com a Rota Boa Vista, na Rua da Aurora, e com a Zona 30 do Bairro do Recife, formando um total de mais de 17 km de rotas cicláveis interligadas no centro do Recife”, enumera a presidente da CTTU, Taciana Ferreira. Lembrando que as vias que estão recebendo o equipamento terão velocidade limite regulamentada em 40 km/h. E a maior parte da ciclofaixa foi implantada onde antes eram vagas públicas de estacionamento para carros.

 

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Os cicloativistas elogiaram a iniciativa, mas ressaltaram que poderiam ter sido implantadas ciclovias no lugar das ciclofaixas por elas oferecerem mais segurança para quem pedala. “Nós sempre comemoramos a inauguração de mais trechos cicloviários. É um equipamento que quebra a barreira de ciclovias e ciclofaixas apenas entre bairros e passa a ligar a Zona Norte aos centros de trabalho e emprego. Mas faltam estruturas nas principais vias para que haja real conexão entre as zonas. As pinturas que estamos vendo ultimamente ainda não estão prontas, mas já podemos observar que a divisão com a via será feita a partir de tachões ao invés de uma segregação que dificulte a invasão de carros. Fora isso, achamos bom a prefeitura ter adotado o padrão de pintura todo vermelho, que identifica melhor o que é estrutura de lazer e o que é estrutura permanente. No entanto, o posicionamento da faixa nas vias, do jeito que está sendo feito, torna a travessia perigosa para o ciclista. Se o poder público abrisse o diálogo com a Ameciclo, poderíamos sugerir esses tipos de melhorias, que não interferem tanto na execução, mas fazem grande diferença na segurança do ciclista”, afirmou Gaia Lourenço, da Associação Metropolitana dos Ciclistas (Ameciclo).

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