Passagem de ônibus do Grande Recife pode aumentar 14,13% e Anel A chegar a R$ 3,90

Publicado em 13/01/2020 às 17:57 | Atualizado em 08/05/2020 às 13:40
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É pouco provável, entretanto, que o aumento de R$ 0,45 seja defendido pelo Estado. Reajuste deve ficar entre R$ 0,20 e R$ 0,25. Fotos: Arnaldo Carvalho/JC Imagem  

 

Se depender dos empresários, a passagem de ônibus da Região Metropolitana do Recife aumentará  14,13%, com o Anel A – utilizado por mais de 80% dos passageiros – passando de R$ 3,45 para R$ 3,90. A proposta de realinhamento tarifário defendida pelo setor foi formalizada ao governo de Pernambuco pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE). De cara, é importante dizer que é pouco provável que o Estado valide um aumento desse porte, principalmente no cenário de crise econômica e de queda de demanda de passageiros do sistema metropolitano – de 4% no ano passado em relação a 2018 e de 5,42% somente nos meses de dezembro dos dois anos.

 

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O nosso papel é pedir o que o setor precisa para operar bem. Estamos considerando os principais insumos que pesam – combustível, veículo e pessoal –, e acrescentando a esse cálculo a queda de demanda prevista, que foi de 4% ao ano. Se não considerarmos a perda de passageiros, defenderíamos que o anel A fosse para R$ 3,75%. Mas sabemos que a demanda tem caído ano a ano”, Fernando Bandeira, presidente do Urbana-PE

   

Empresarios, como todos os anos, alegam que os três principais insumos do setor aumentaram e a demanda de passageiros caiu   A expectativa é de que o governo do Estado leve para a próxima reunião do Conselho Superior de Transporte de Passageiros (CSTM) – ainda não convocada, vale ressaltar – um aumento menor, entre R$ 0,20 e R$ 0,25 e, não, os R$ 0,45. Sendo assim, o Anel A passaria de R$ 3,45 para R$ 3,65 ou R$ 3,70. Os cinco centavos previstos pela lei que autorizou a refrigeração gradativa nos próximos quatro anos da frota de ônibus em operação já estão incluídos nos valores propostos.

“O nosso papel é pedir o que o setor precisa para operar bem. Estamos considerando os principais insumos que pesam – combustível, veículo e pessoal –, e acrescentando a esse cálculo a queda de demanda prevista, que foi de 4% ao ano. Se não considerarmos a perda de passageiros, defenderíamos que o anel A fosse para R$ 3,75%. Mas sabemos que a demanda tem caído ano a ano”, argumentou Fernando Bandeira, presidente do Urbana-PE.

Bandeira confirmou que o realinhamento é condicionante para que o projeto de refrigeração vingue, como determinado na nova legislação aprovada no fim de 2018. “A lei é clara: após seis meses do reajuste de R$ 0,05 relativos à refrigeração, é que a troca da frota deve começar e seguir o cronograma anual. Sem esse recurso não tem como haver a renovação com os veículos refrigerados”, disse. Pela nova lei, toda a frota de ônibus do STPP/RMR deverá ser renovada e refrigerada nos próximos quatro anos. Em 2020 seriam 495 ônibus, sendo 346 novos e refrigerados.

O fato de a tarifa do Metrô do Recife ter quatro aumentos consecutivos nos últimos meses e chegar a R$ 4 no próximo mês também foi usado como argumento para defender o reajuste de 14,14%. Extraoficialmente a informação é de que o setor empresarial pediu, inclusive, o fim do Passe Livre, gratuidade dada aos estudantes da rede pública de ensino e que é financiada pelo Estado, mas que sofre com atrasos de pagamento constantes. Esses atrasos fazem com que estudantes invadam o sistema sem pagar.

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