Depois do Recife, bicicletas sem estação deixam de operar no Brasil. Patinetes elétricos ficaram em apenas três cidades

Publicado em 23/01/2020 às 18:06 | Atualizado em 08/05/2020 às 13:20
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Sistema que chegou ao Recife em fevereiro operou por menos de seis meses. Operação na capital pernambucana foi encerrada em julho de 2019. Foto: Roberta Soares

Depois do Recife, agora o Brasil. Nesta quarta-feira (22/01), a Grow, startup até então líder em serviços de micromobilidade na América Latina, anunciou que deixou de operar com as bicicletas dockless (sem estação) no Brasil e reduziu drasticamente a operação dos patinetes elétricos. São 14 cidades brasileiras que perderam os patinetes. Apenas São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR) seguirão com os equipamentos. E assim como aconteceu no Recife, as bicicletas foram rapidamente recolhidas das ruas. Quem mora em uma das cidades que perderam os equipamentos e tem créditos na carteira Grin ou Yellow – que compõem a holding Grow – poderá usá-los para fazer pagamentos de contas ou recargas de celular.

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Para a Grow, que soltou comunicado oficial, trata-se apenas de mudanças em suas operações no Brasil. São medidas que fazem parte de um processo de reestruturação da empresa e que espera voltar, em breve, a atuar no País. “A decisão foi tomada para que a companhia promova um ajuste operacional e continue prestando serviços de forma estável, eficiente e segura”, diz. O mesmo argumento e as mesmas promessas foram feitas quando abandonou o mercado recifense, no segundo semestre do ano passado. A Grow é uma holding que nasceu em janeiro de 2019, resultado da fusão entre as empresas de patinetes e bicicletas compartilhadas Grin e Yellow. No comunicado, alega que as bikes amarelinhas foram retiradas das ruas para que sejam submetidas a um processo de checagem e verificação das condições de operação e segurança. E diz estar em busca de parcerias públicas e privadas para fortalecer e expandir a operação.

 

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A empresa vai encerrar suas operações de patinetes em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campinas (SP), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Guarapari (ES), Porto Alegre (RS), Santos (SP), São Vicente (SP), São José dos Campos (SP), São José (SC), Torres (RS), Vitória (ES) e Vila Velha (ES). As patinetes que estavam nessas cidades serão transferidas para as cidades em operação. “Planejar essa reestruturação nos colocou diante de decisões difíceis, porém necessárias para aperfeiçoar a oferta de nossos serviços e consolidar a nossa atuação na América Latina. O mercado da micromobilidade é fundamental para revolucionar a forma como as pessoas se locomovem nas cidades e continuamos acreditando que esse mercado tem espaço para crescer na região”, explicou o Ceo da Grow, Jonathan Lewy, no comunicado oficial.

Terceira maior companhia de micromobilidade do mundo, a Grow ultrapassou, em novembro de 2019, a marca de 20 milhões de corridas realizadas desde o início das operações da Grin e Yellow, em agosto de 2018. O fim da operação é frustrante para os clientes e para a micromobilidade no Brasil. Apesar das dificuldades e dos acidentes com os patinetes, a presença das bikes amarelinhas e dos patinetes amarelinhos e verdes forçavam as políticas públicas e estimulavam a empatia da sociedade com a mobilidade ativa. A independência oferecida pela não exigência de estação para devolução ou retirada facilitava ainda mais a mobilidade dos usuários nas cidades. Uma pena.

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