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O Museu do Apartheid

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 07/07/2010 às 18:05

 

Joanesburgo - Desde que cheguei em Joanesburgo que desejava ir ao Museu do Apartheid. No entanto, por conta do corre-corre da cobertura da Copa do Mundo e outros contratempos, essa visita demorou para acontecer. Antes de embarcar, li muitos artigos sobre o museu. E já dava para imaginar o quanto seria impactante entrar e conhecer a história do Apartheid e, principalmente, de Nélson Mandela. E o museu, localizado no bairro de Soweto, é simplesmente fantástico, pela história que conta e pela estrutura.

A visita é uma aula de história. Impossível não viajar no tempo. O impacto é causado logo na entrada. São duas portas com os dizeres: "Entrada para os brancos" e Entrada para não brancos". Ao passarmos por uma dessas catracas, entramos numa espécie de prisão. E diante de várias documentos das vítimas do Apartheid. Um soco no estômago.

 

 

Ao sairmos dali, passamos por um corredor (a céu aberto) com espelhos e algumas obras de arte, e vamos para outra imensa sala. Presenciamos inúmeras manchetes de jornais sobre o Apartheid, fotos, vídeos, textos e objetos da época. Naquele momento da visita, um funcionário do Museu informa a um visitante que não é permitido fazer fotos do local. Eles são bastante rígidos quanto a isso. As fotos são são permitidas nas áreas externas.

 

 

Bom, a viagem no tempo continua e entramos na imensa sala destinada à história de Nelson Mandela. Simplesmente fantástica. Podemos ver um carro antigo usado pelo ex-presidente da África e até mesmo suas desgastadas luvas de boxe. Ele é um apaixonado pelo esporte. O melhor do Museu é que todos setores são multimídia. Em qualquer lugar que você for se depara com um vídeo documentário, que conta história do líder africano.

No corredor que dá para a saída do museu, vejo a camisa de rúgbi da seleção da África do Sul. Em 1995, cinco anos depois do fim do apartheid, Nelson Mandela, já livre da prisão, decidiu utilizar a linguagem do esporte para unir o seu povo. Essa história foi brilhantemente contada no filme Invictus, estrelado por Morgan Freeman e Matt Dillon, e dirigido por Clint Eastewood.

 

 

Quando penso que já tinha visto tudo e que não teria mais impacto nenhum, me deparo com a saída do museu. Assim que saímos, só vemos mato, barro e um trilho de trem abandonada. Fiquei imaginando: como é que depois de tanta organização, o museu termina no meio do nada. A porta de saída dá para um imenso terreno com cara de abandono. Mas é assim mesmo. A situação é proposital. O museu quer passar a real sensação de liberdade de quem sofreu bastante com o racismo.

Seguindo por uma trincheira, chegamos a área de lazer do restaurante. Neste local, percebi o quanto os africanos são atentos no aspecto comercial e também quanto a preocupação em dar boas condições para que o visitante se sinta à vontade. Nesta área, há um bom restaurante, que não serve apenas lanches, café e refrigerante, mas também, pratos feitos. Logo ao lado, uma imensa loja, na qual o visitante pode comprar canecas, camisas, livros, CDs, entre outras lembraças do museu. Enfim, um passeio sensacional.

 

Saída do museu dá para numa imensa área descampada. História contada de forma minunciosa e verdadeira 

Ah... ia esquecendo do serviço: o Museu do Apartheid funciona de terça a domingo, das 10 da manhã até às 17h. Os ingressos custam 50 rands (R$ 12,50) para os adultos e 35 rands (R$ 8,75) para crianças, estudantes e aposentados.

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