Do Jornal do Commercio
O Náutico é uma espécie de trampolim para a seleção. Não a brasileira, mas a venezuelana. Foi mais ou menos isso que moveu o meia Breitner, ex-Santos, deixar o elenco estrelado da Vila Belmiro para integrar o grupo de operários alvirrubros. Apresentado ontem, nos Aflitos, sabe que terá de fazer mais na Série A do que mostrou nas suas últimas duas passagens, uma pelo Figueirense e a última, pelo Criciúma. Na primeira listagem da Venezuela, que vai jogar as Eliminatórias da Copa de 2014, no Brasil, não foi lembrado. Confirma, no entanto, que seu chamamento é uma questão de tempo.
“Só fui chamado para a seleção da Venezuela até o sub-20. Mas recebi uma ligação de lá, integrantes da comissão técnica queriam saber como eu estava. É importante estar jogando para poder ser lembrado”, afirmou o jogador. Breitner chegou na segunda-feira, disse ter sido bem recebido pelo grupo e treinou no coletivo. Foi um dos destaques dos trabalhos, com direito a gol.
Overath Breitner da Silva Medina tem 22 anos e chegou ao Brasil no início de 2000. Venezuelano de pai brasileiro – o jogador tem as duas cidadanias –, ainda novo chamou a atenção do técnico Paulo César Carpegiani, enquanto fazia uma visita aos parentes brasileiros.
“Era muito novo, tinha só oito anos. Carpegiani é amigo do meu pai. Um dia, estávamos junto a ele, corri para uma quadra jogar. Ele disse ao meu pai que eu tinha talento. Mas só vim para o Brasil, para jogar, aos 10 anos”, afirmou.
No Santos, foi contemporâneo de Neymar e Paulo Henrique Ganso. Viu o mais novo talento da Vila Belmiro iniciar e se destacar no futebol. Os dois ficaram amigos. “É um fenômeno do futebol. Pode ter certeza”, comentou.
Sobre o seu nome, comentou que a ideia foi do pai, um amante do futebol de Breitner, jogador da seleção alemã de 1971 a 1982. “Acho que faria o mesmo que ele. Aqui no Brasil, por exemplo, sou fã de Romário. Não vejo problema de colocar o nome dele no meu primeiro filho”, concluiu.