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Relembre o ano de 2006 do Santa Cruz antes e depois da Copa do Mundo

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 07/06/2014 às 17:02

Triste ano de 2006 para o Santa Cruz. No início,ressaca pela festa do acesso à Série A em 2005 . No meio um pouco de fôlego com uma sequência de bons resultados diante de times como Cruzeiro e Corinthians. Mas no final, decepção total com a equipe e um início de uma verdadeira via-crucis que levou o Tricolor do Arruda a inédita quarta divisão do Campeonato Brasileiro.

Naquela temporada, o Santa não foi bem do começo ao fim. A expectativa era grande, o clube conseguiu manter para o Estadual, jogadores importantes da Série B 2005 como Carlinhos Bala, Rosembrick, Osmar, Xavier, Carlinhos Paulista e Valença. Além do técnico Givanildo Oliveira que depois sairia para o Atlético Paranaense. Giba assumiu a equipe que foi para a elite nacional com poucas contratações no início. Thiago Gentil, Gilmar e o 'vilão' Lecheva foram algumas.

Chegou até a final do Estadual quando perdeu para o rival Sport nos pênaltis, o suficiente para uma crise que não teve mais fim durante o resto da temporada. Vale lembrar também o desentendimento entre Carlinhos Bala e Thiago Gentil, algo que se refletiu de forma negativa em campo. Entrou na Série A como um fortíssimo candidato ao rebaixamento. Tentou reforçar um pouco mais o meio de campo com a chegada dos experientes Tiano e Alex Oliveira.

No ataque, Val Baiano, artilheiro da Série B era a mais nova esperança de gols. Antes da Copa da Alemanha foram dez rodadas.O Tricolor não venceu nenhuma, empatou três e perdeu sete. A estreia foi contra Figueirense no Arruda, e um empate por 0x0 frustrou os torcedores que mantiveram-se esperançosos por um bom resultado diante do Inter no Beira Rio. Mas o Colorado tinha um elenco de dar inveja e seria os futuros campeões da América meses depois.

Derrota por 1x0 e mais um adversário complicado na rodada seguinte, o poderoso São Paulo, e no Morumbi. Rogério Ceni, Mineiro, Danilo e Alex Dias marcaram os gols sobre um Santa Cruz congelado no frio que fez em São Paulo naquele sábado, 28 de março, à noite. Dois jogos seguidos em casa e uma meta traçada de seis pontos para sair da zona de rebaixamento na qual entrou com a derrota para o São Paulo. Contra a Ponte Preta, um empate sem gols que culminou na demissão do técnico Giba.

Valdir Espinosa chegou e encheu de esperanças os tricolores, muito por conta da sua experiência no futebol. Estreia com o pé esquerdo, já que o Santa foi derrotado no Arruda pelo Atlético Paranaense e uma derrota para o Atlético Paranaense de Givanildo Oliveira e do goleiro Cleber, com gols de Erandir e Pedro Oldoni. Carlinhos Bala descontou.

Cinco jogos e nenhuma vitória, algo estava errado no Arruda. Na sexta e sétima rodada dois alviverdes no caminho. O objetivo era somar pontos longe de casa, mais precisamente no Palestra Itália, diante do Palmeiras, e do Juventude, no Alfredo Jaconi. Outra vez fracassou na missão. Jogou bem contra o Palmeiras, mas foi infeliz e perdeu por 2x1, pelo menos viu o primeiro gol de seu mais novo atacante, Nenê.

Na Serra Gaúcha o time tinha a obrigação de vencer se quisesse reagir antes da parada para a Copa, mas conseguiu fazer pior do que já estava fazendo. Goleada por 4x1 sobre os corais. Destaque nos adversários para o atacante Éder Ceccon, autor de dois gols. Restavam três rodadas para o Santa diminuir o vexame. Primeiro o Botafogo de Cuca no Arruda. Empate com gol de Nenê para os tricolores, e de Valdson para o Botafogo, só que contra, já que o zagueiro vestia a camisa coral.

Veio então o Paraná do emergente Caio Júnior, que não tomou conhecimento dos pernambucanos e venceram fácil por 3x0, com dois de Leonardo, que hoje defende o Sport. Na última rodada uma despedida melancólica. Vencer o Vasco em Sâo Januário era uma missão das mais improváveis para os comandados de Valdir Espinosa, ainda firme no cargo. Ramon e Abedi (ex-Santa Cruz) deram a vitória ao Alvinegro e empurraram mais ainda o Santa na zona da degola.

Reinício do Brasileirão e reação do Santa Cruz

Ninguém imaginava que aquele Santa Cruz pudesse reagir de tal forma como conseguiu nas primeiras rodadas após a Copa do Mundo. O futebol totalmente diferente do apresentado nas dez primeiras rodadas colocou o Santa como um dos candidatos a uma vaga na Sul americana de 2007. O primeiro jogo foi diante do Goiás no Arruda e com um time base bem diferente.

As novidades foram o goleiro Guto, substituindo o carequinha Juninho; o meia Washington e o atacante Márcio Mexerica, autor de um dos gols, além do técnico Maurício Simões, que deu um novo ânimo ao grupo. O Tricolor também inaugurou um belíssimo padrão preto com o número na cor dourada. Venceu por 2x1, de virada, a primeira vitória da equipe em 11 rodadas da Série A.

Veio um duelo regional contra o Fortaleza e o objetivo era vencer no Castelão. não só venceu como convenceu os torcedores que ali realmente estava uma equipe totalmente diferente do início da competição.x1 com gols de Osmar, Nenê, Washington (uma bomba no ângulo de Márcio, hoje no Atlético-GO) e Márcio Mexerica.

A fase era tão boa que nem os próximos três adversários intimidaram o Santa. Flamengo, Corinthians e Cruzeiro sentiram a força de um time que mesmo inferior tecnicamente conseguia se igualar aos outros com um esquema de jogo encaixado e os jogadores com muita disposição em campo. Mauricio Simões fez história com o seu 3-5-2 que dava liberdade total para Cássio e Osmar atacarem. Diante de mais de 40 mil torcedores o Santa Cruz atropelou o Flamengo e venceu por 3x0, gols de Valdson, Osmar e Nenê, em cima de um goleiro com nome de presidente, Getúlio Vargas.

No jogo seguinte, outro time de massa e com um algo a mais para tentar derrotar o Santa no Arruda. O Corinthians tinha um time cheio de craques, Ricardinho (pentacampeão com o Brasil), Gustavo Nery e os argentinos badalados Tevez e Mascherano estiveram em campo mas nada fizeram diante de mais de 50 mil tricolores. Tevez, contratação mais cara do futebol brasileiro até aquele ano, parou diante de um barato mais eficiente zagueiro chamado Valença.

E a defesa coral estava mesmo inspirada. Márcio Alemão subiu de cabeça após cobrança de falta na área para dar a vitória aos corais. A sequência de boas partidas terminou contra o Cruzeiro no Mineirão. Além de encarar o bom time da Raposa, enfrentaria também o seu ex-ídolo Carlinhos Bala. o jogo começou complicado para os pernambucanos, chegou a estar perdendo por 3x1 mas foi valente e buscou o empate. Golaços de Osmar e Nenê, mais outro contra de Thiago Heleno sacramentaram o empate Tricolor em pleno Mineirão.

O entusiasmo tomava conta dos torcedores nas ruas do Recife, principalmente quando lembravam do próximo adversário, o São Caetano do ABC Paulista. Um time sem torcida mas que fez o suficiente para vencer e acabar com a alegria coral. 2x1 construído por Gustavo e Wellington Amorim do Azulão. Na 17° rodada uma derrota por 4x2 para o Grêmio de Mano Menezes no Arruda. Era a confirmação de que os momentos de vacas gordas havia se acabado para o Santa na Série A.

Então veio uma sequência de sete jogos sem vitória e a volta para a zona do rebaixamento, com a lanterna nas mãos. Quebrou o jejum com vitória apertada sobre o Palmeiras de Tite, 3x2, e começou a projetar um número de pontos para livrar-se do rebaixamento. No meio de tudo isso destaque para a queda de Maurício Simões e a chegada de Jorge Henrique, que terminaria a Série A como melhor jogador da equipe. Fito Neves assumiu o cargo e ficou até o fim da competição.

Outra vitória, desta vez sobre o Juventude com gol chorado de Edson Di fez renascer as esperanças corais. Mas vieram mais sete derrotas seguidas e o Santa cravou o seu rebaixamento à Série B. A aparição do jovem meia Jairo, autor de um gol de placa contra o Cruzeiro na vitória por 4x1 no Arruda, na 34° rodada, foi a melhor coisa que aconteceu no Santa até o restante da temporada.

Até o último jogo, contra o Santos, o Santa Cruz só fez perder na Série A. Fim do ano 2006 para o Tricolor, rebaixamento, dívidas e o começo de uma crise terrível que só terminou com a chegada do presidente Antonio Luiz Neto, ainda no comando do clube.

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