
Heitor e Fernando assistem aos jogos do Santa Cruz juntos. Fotos: Acervo Pessoal
Ser um bom pai não é das tarefas mais fáceis. E ser pai torcedor torna a missão ainda mais difícil por conta do desejo de fazer o filho seguir os passos no time de coração. Nem sempre dá certo, mas nem por isso os pais perdem as esperanças. O sonho de consumo deles é que os sucessores herdem a paixão não só pelo futebol como também pelas mesmas cores. Logo, começam desde cedo com os incentivos para que os filhos sigam o mesmo caminho. Nesse processo entram as camisas, macacões, meias, mamadeiras e os mais diversos objetos de clubes. Tudo para não dar chance de perder a linhagem para o time rival.
"Meu filho tem três meses e metade das roupas dele são do Santa Cruz. Ele ainda é novinho, mas já vê os jogos comigo e fica bem atento com as cores da televisão", diz o tricolor Heitor Durval, pai do Fernando, de apenas três meses. A família de Heitor é toda tricolor, o que faz o pai ser um tricolor apaixonado, tanto que já associou o pequeno Fernando ao Santa Cruz. "Sei que tem outros times aqui no Recife, mas nem sei o nome", brinca.
O mesmo ocorre com o alvirrubro Gregório Lucas. O pai dele chegou ao Recife na época do hexa e passou a paixão pelo Náutico. O filho de Gregório, Arthur Henrique, de oito anos, já segue os passos do pai e é torcedor do Timbu. No entanto, houve uma certa desconfiança que ele fosse escolher outro time. Curiosamente, a equipe que iria roubar o coração alvirrubro de Artur não era do Recife, mas da Espanha. Trata-se do Barcelona de Messi e Neymar. "Com uns seis anos ele gostava muito do Barcelona e disse que iria torcer para ele. Mas depois passou e hoje ele é Náutico. Vai para a arena e gosta muito da histórias dos Aflitos", conta Gregório.
Artur quase virou torcedor do Barcelona, mas hoje ama o Náutico. Foto: Acervo Pessoal
Já o rubro-negro Victor Hugo acabou de começar a sua trajetória como pai. A pequena Sophy Vida não tem nem um mês e já tem roupas do Sport. Victor fala que não vai se importar se ela for torcer para outro time. Ainda assim, vai incentivar que ela goste do clube de coração como de esportes de uma maneira geral. "Faremos o possível para envolvê-la em alguma atividade esportiva e não terá problema se ela não se identificar com o futebol. Mas espero que ela torça pelo Sport tanto quanto goste de esportes", afirma o rubro-negro, destacando um sentimento comum a todos os outros pais, que é o de permitir que o filho cresça com suas próprias escolhas, independente das cores envolvidas.