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Náutico em festa pelo aniversário de 116 anos

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 07/04/2017 às 7:01
Náutico comemora seu aniversário de número 116 após golear o Central. Foto: Guga Matos/JC Imagem.
Náutico comemora seu aniversário de número 116 após golear o Central. Foto: Guga Matos/JC Imagem.

Vindo de uma goleada sobre o Central por 5x0 o Náutico comemora seu 116º aniversário nesta sexta-feira (7). As homenagens começam às 8h, com uma missa na capela do clube. A partir das 9h uma salva de fogos de artifício, seguido de café da manhã. O tradicional parabéns será às 10h e o roteiro termina com um almoço com ex-presidentes e convidados às 13h.

A fase não é das melhores mas a história do Náutico é repleta de capítulos gloriosos. Tudo começou na água, mais precisamente quando as tropas pernambucanas voltaram depois da Revolta de Canudos. Um grupo de rapazes preparou uma regata como parte da recepção, no dia 21 de novembro de 1897. Outro grupo de futuros remadores gostou do que viu e criou o Clube dos Pimpões. Os dois grupos passaram a disputar ferrenhas disputas no Rio Capibaribe no ano seguinte.

No fim deste mesmo ano, 1898, os dois grupos se uniram e criaram o Club Náutico do Recife. Mais um ano se passou e o nome mudaria para Recreio Fluvial, nome que desagradou uma parte da diretoria. A preferência era pelo nome anterior, que foi então retomado no início de 1901. Aí alguns torcedores podem perguntar: e por que a data oficial é 7 de abril de 1901. Simples. A data que é lembrada hoje foi aquela em que seria lavrada e registrada a ata de fundação. As cores adotadas foram azul e branco. Ficou estranho porque os barcos já eram em vermelho e branco. A data oficial da mudança é desconhecida, mas o primeiro escudo já aparece alvirrubro.

Apesar de ser o clube mais velho de Pernambuco, o Náutico só adotaria o futebol quatro anos depois, quando um grupo de ingleses orgnizou algumas peladas aos domingos. Formado por representantes das classes mais abastadas, o clube seguia a linha de muitas agremiações do esporte bretão na época: proibia a entrada de negros, mestiços e pobres. Mesmo depois de adotado o futebol ficou em segundo plano.

Timbu

Uma prova disso é que o primeiro título viria apenas em 1934, mesmo ano em que o timbu seria adotado como mascote. Como é praticamente regra nesses casos, tudo surgiu ao acaso. No dia 19 de agosto os alvirrubros jogavam contra o América no campo onde hoje é parte do Parque da Jaqueira sob uma chuva torrencial. Como o local para descanso alagou os jogadores tiveram que ficar em campo durante o intervalo. Para aplacar o frio que fazia um dirigente abriu uma garrafa de conhaque para os jogadores manterem-se aquecidos. Vendo os adversários beberem a torcida do América gritou: "Timbu! Timbu!" Para quem não sabe o marsupial tem uma forte queda pelo álcool. Turbinado pelos tragos ou pela provocação o Náutico venceu por 3x1.

O estádio Eládio de Barros Carvalho, no bairro dos Aflitos foi fundado cinco anos depois, no dia 25 de junho. No jogo inaugural uma goleada por 5x2 sobre o eterno rival Sport. A praça esporiva teve diversas reformas. A última foi em 2002. A partir de 2013 o clube passou a mandar seus jogos na Arena Pernambuco, equipamento construído para receber a Copa de 2014. Uma comissão agora luta para uma nova reforma no antigo campo.

Números

O Náutico ostenta dois números significativos no futebol pernambucano. O primeiro feito é algo impensável nos dias de hoje. Em 1945 construiu a maior goleada do Estadual com 21x3 no Flamengo do Recife. Na década de 1960 montou um esquadrão tão inesquecível que é cantado em verso e prosa até por quem não viu jogar. Entre 1963 e 1968 o Náutico não viu ninguém à sua frente, empilhando a maior sequência de títulos de Pernambuco: seis.

À frente daquele time estava Sílvio Tasso Lassalvia, ou simplesmente Bita, o Homem do Rifle, alusão aos potentes chutes. Ele imortalizou a camisa 8 com 221 gols em 319 jogos. Era a síntese do ataque das quatro letra: Nado, Bita, Nino e Lala. O atual presidente alvirrubro, Ivan Brondi, também era um dos grandes jogadores daquele grupo. O poderio vermelho e branco rompeu os limites de Pernambuco. Nas semifinais da Taça Brasil de 1967, o Náutico encarava o poderoso Santos de Pelé no Pacaembu e perdia por 3x1. Bita marcou quatro vezes na virada para 5x3. Na final, os pernambucanos pararam no Palmeiras de Ademir da Guia. Mesmo assim tiveram a honra de ser o primeiro time do Estado a disputar uma Copa Libertadores da América.

Na década seguinte o time dos Aflitos perdeu espaço com a ascensão do Santa Cruz. Aliás, foi nessa épca que surgiu a expressão 'Hexa é Luxo'. Logo após o sexto título alvirrubro os tricolores emendaram uma incrível sequência de cinco conquistas entre 1969 e 1973. Em 1974, a chance do hexa numa final com o próprio Náutico. Com Jorge Mendonça voando ao lado de Paraguaio e Lima o Náutico impediu que sua maior glória fosse equiparada.

O melhor momento no entanto veio no meio da década seguinte quando a camisa 8 voltou a brilhar vestindo o corpo do capixaba Valmecir Margon, ou simplesmente Baiano. Ele foi o trunfo do time bicampeão em 1984 e 1985. Antes, havia jogado no Santa Cruz com menos brilho e o faro de gol o tornou o maior goleador do Campeonato Pernambucano, com 202 gols - marcados com as camisas de Santa, Náutico e Central.

Renascimento no século XXI

A década de 1990 foi desastrosa para o Náutico sem nenhum título conquistado culminando com o rebaixamento para a Série C em 1998. Sob grave crise financeira ninguém esperava que o clube fosse renascer das próprias cinzas no início dos anos 2000. Em 2001 o Sport contava com cinco títulos seguidos e invstira alto pelo hexa justamente no ano do centenário vermelho e branco. O timbu montou sua equipe, inclusive com ex-atletas do rival e, principalmente outro artilheiro chamado Sílvio. Era Sílvio Luiz Borba da Silva, cujo apelido também tinha quatro letras K-U-K-I. Com um futebol explosivo e temperamento idem, o baixinho fez o Náutico brilhar novamente, foi campeão e artilheiro, feito que repetiria em 2003 e 2005. No ano seguinte, mais uma taça. A terceira e mais recente veio em 2004.

Desde então o Náutico tem oscilado entre o céu e o inferno dentro de campo. Foi da triste Batalha dos Aflitos, em que perdeu o jogo, dois pênaltis e a vaga na primeira divisão para um Grêmio com sete atletas ao acesso apenas um ano depois. A gangorra entre as séries A e B se tornaria quase uma constante.

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