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Imprensa europeia analisa guerra fria entre Neymar e Cavani. Uruguaio alivia

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 18/09/2017 às 16:36
Foto: AFP.
Foto: AFP.

A declarada rivalidade entre os atacantes Neymar e Cavani, do Paris Saint Germain, tomou conta do noticiário esportivo dos principais jornais da Europa nesta segunda-feira (18). O estádio Parque dos Príncipes foi palco de uma situação muito comum em jogos estudantis, mas não em competições de alto nível: um jogador (Daniel Alves) toma a bola de outro que iria bater uma falta (Cavani) para o seu melhor amigo (Neymar) tentar o gol. O jogo em questão foi a vitória do PSG sobre o Lyon por 2x0.

O jornal Le Parisen escreveu que a tensão entre os dois jogadores falou mais alto que o placar do jogo. Inclusive, o pênalti desperdiçado é colocado na conta da discussão pela cobrança. "Não deixou o uruguaio nas melhores condições para bater. Esse é um problema que destaca a já declarada guerra de egos entre as duas estrelas do time".

O principal periódico esportivo da França, o L'Équipe vai além e fala numa 'panelinha' de Neymar e Mbappé, lembrando que os dois procuram afinar as jogadas entre si, excluindo o camisa 9. "Neymar e Mbappé se procuram sistematicamente em campo, em detrimento do outro parceiro. E é claro que Cavani não tem a mesma técnica deles, mas seu faro de gol afiado continua oferecendo boas soluções à equipe."

Já na Espanha, o Mundo Deportivo aponta que Daniel Alves "escaondeu descaradamente" a bola para que seu amigo cobrasse a falta e, na penalidade, Cavani conseguiu bater por 'ser mais ligeiro'.

Por sua vez, o Sport analisou a guerra fria como perigosa para o uruguaio por dois motivos: os 222 milhões de euros pagos pelo PSG para tirar Neymar do Barcelona e o fato de o elenco da equipe estar recheado de brasileiros. "Cavani é quem tem tudo a perder. Não apenas porque Neymar é a contratação mais cara da história do futebol, mas também porque a 'colônia brasileira' é muito numerosa no vestiário do PSG".

O El País também tenta interpretar os fatos e usa a palavra do ex-técnico do Real Madrid e campeão mundial com a seleção espanhola em 2010, Vicente Del Bosque. Ele comandou os galáticos do Real entre 2000 e 2003. Depois, na Roja, precisou administrar uma crise que envolvia a rivalidade entre os jogadores dos Merengues e do Barça. "A solução é muito simples e todos os jogadores sabem disso: nunca triunfarão se a equipe não funcionar".

TENTANDO ABAFAR

O uruguaio tentou esfriar a situação em entrevista a um programa esportivo de seu país nesta segunda-feira. O jogador explicou que tais situações são normais dentro de um jogo de futebol. "É uma história que eu fiquei sabendo agora falando com meu irmão. As pessoas falam que Cavani não deixa bater os pênaltis e que tem um problema com Neymar. Não existe problema nenhum", disse, em entrevista ao programa Gol de Mdianoche, citado pela AFP.

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