O cenário estava favorável, mas o Náutico não contava com o mandamento número 1 do futebol: 'Tomarás gol de teu ex-jogador'. Os atacantes Bergson e Caion, acabaram com a reação alvirrubra na Série B e, para piorar, deixaram o rebaixamento a poucos centímetros do clube. Se não vencer o Londrina no próximo sábado, o time vermelho e branco cai para a Série C. Já os paraenses estão bem perto de manter-se na Segundona. O Papão derrubou o Timbu por 3x1.
ALTA VOLTAGEM
Pegue um time desesperado para fugir do rebaixamento e outro com jogadores rápidos para o contra-ataque e você tem um jogo vertical o tempo todo. Nada de cadência, toque de lado ou triangulação. Era bola para frente e quase sempre usando o corredor central, uma prova de que a velocidade dos dois lados conseguia ludibriar a marcação. Nesse formato, William teve uma grande chance no primeiro minuto, quando chutou em cima do goleiro..
ERRO DE UM LADO E BIZARRICE DO OUTRO
Com tanta correria os dois gols do primeiro tempo saíram em consequência de erros. Pelo menos o go do Paysandu. Diego Miranda foi pressionado por Bergson e perdeu a bola. Fábio Matos avançou e serviu o ex-jogador do Náutico, que chutou rasteiro, passando por baixo do braço de Jeferson.
Mas bastou um minuto para o zagueiro Perema mostrar o que é um erro de verdade. Na tentativa do Náutico pelo lado esquerdo, o lateral Ayrton afastou para o meio da área. O Perema estava livre e resolveu recuar para o goleiro. Só faltou perceber onde Emerson estava. Ele mandou no canto, marcando um dos gols contra mais bisonhos desta Série B.
BOMBA NA TRAVE
Tudo igual no placar e nas investidas ao gol. Os dois times não abriram mão de seus perfis mostrados desde os primeiros minutos. Miranda e Ávila aceleravam de um lado. Fábio Matos, Berson e Guilherme Santos puxavam os contra-ataques. Num deles, Juninho cruzou da direita e Guilherme Santos chegou livre, voando e soltou uma bomba que deixou a barra balançando durante uns dez segundos depois que acertou a trave esquerda.
EX DE UM LADO E EX DE OUTRO
O segundo gol do Paysandu foi o ápice do castigo com o maior gosto de déja vu possível. A jogada começou com o zagueiro Diego Ivo, ex-Sport. Passou para Fábio Matos, outro ex-rubro-negro tocar para Caion, este com passagem pelo Timbu. E finalmente terminar nas redes, num toque sutil na saída de Jefferson.
DESABOU
O Náutico acusou o golpe. O que já estava difícil complicou ainda mais. A saída de jogo não dava mais certo, quem tinha a bola não via opção de passes e, pior de tudo, a marcação, que já não estava essa coisa toda por causa da postura mais ofensiva, ficou pior porque o time não conseguia mais atacar e nem melhorou a maneira de se defender. O time paraense trocou passes, fechou o meio de campo e não perdeu o controle do jogo em nenhum momento. Com essa postura, o terceiro gol era questão de tempo. E ele veio aos 49, novamente num contra-ataque com Caion entrando livre na área e apenas deslocando Jefferson.
Ficha do jogo - Náutico x Paysandu
Náutico
Jefferson; David, Breno Calixto, Aislan e Henrique Ávila; Amaral (Leílson), Diego Miranda (Iago) e Bruno Mota; Rafinha (William Schuster), Dico e William. Técnico: Roberto Fernandes.
Paysandu
Emerson; Ayrton, Perema, Diego Ivo e Guilherme Santos; Augusto Recife (Jonathan), Renato Augusto, Fabio Matos (Rafael Dumas) e Juninho (Diogo Oliveira); Caion e Bergson. Técnico: Marquinhos Santos.
Local: Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata-PE. Árbitro: Felipe Gomes da Silva (PR). Assistentes: Ivan Carlos Bohn e Luciano Roggenbaum (ambos do PR). Gols: Berson, aos 13; e Perema (contra), aos 14 do primeiro. Caion, aos 19 do e 49 segundo. Cartões amarelos: Breno Calixto. Público: 2.310. Renda: R$ 21.920.