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Ao expor caso, Hope Solo espera que mais mulheres denunciem o assédio no futebol

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 10/11/2017 às 20:39
Goleira revelou que foi apalpada por Joseph Blatter em 2013. Foto: Frackie Fife/AFP
Goleira revelou que foi apalpada por Joseph Blatter em 2013. Foto: Frackie Fife/AFP

Em meio ao levante feminino contra o assédio sexual, a goleira norte-americana Hope Solo revelou em entrevista à publicação portuguesa Tribuna Expresso o caso que sofreu. Em 2013, durante a premiação da Bola de Ouro 2012, a arqueira foi apalpada pelo então presidente da Fifa Joseph Blatter minutos antes de subir ao palco para entregar o prêmio à sua colega Abby Wambach. Com a exposição de sua situação, Solo tem esperança de que mais mulheres se posicionem.

Durante a conversa, a goleira relatou que já viu muita coisa no mundo do futebol. A arqueira reconhece que é um direito se reservar perante aos abusos sofridos, causado pelo desconforto que a violência leva mais às mulheres vítimas do que aos que praticam.

"Algumas dessas pessoas ainda trabalham no futebol e algumas das jogadoras ainda têm esses comportamentos. É importante que percebamos que isto não acontece apenas com os poderosos homens brancos. Pode acontecer com qualquer pessoa, pode acontecer entre mulheres, pode acontecer em qualquer lugar. Estamos focados nos poderosos homens brancos, porque é provavelmente mais normal com eles, mas pode acontecer em qualquer lado", disse a goleira, durante a entrevista.

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Por sua vez, a norte-americana sempre se posicionou contra, algo que não teve a oportunidade de fazer antes da entrega do prêmio. "No caso ?de Blatter, estava nervosa antes da apresentação. Estava apresentando a Bola de Ouro. Depois disso não voltei a vê-lo. Não tive oportunidade de confrontá-lo e dizer-lhe: 'Não volte a tocar-me!'", disse. Através de seu porta-voz, o ex-presidente da entidade máxima do futebol disse que a acusação é ridícula.

As recentes denúncias, seja a de Hope Solo no mundo do futebol ou em Hollywood, levantam questionamentos de "por que agora?" por parte de pessoas que, muitas vezes, não entendem a necessidade de expor os casos na luta pela liberdade feminina. Na luta contra as amarras do medo. Os casos são tornados públicos para, ao menos, tentar mostrar que é errado e o que há de errado. Fica a esperança por evolução. "Acho que vai demorar algum tempo, mas também acho que as pessoas vão pensar duas vezes antes de fazerem certos comentários e, obviamente, antes de simplesmente... me apalparem", disse Hope.

Não é a primeira vez que Hope Solo trata de questões de gênero no esporte. A goleira também já protagonizou, junto com Carli Lloyd, Megan Rapinoe, Rebecca Sauerbrunn e Alex Morgan, a luta das jogadores norte-americanas por equiparação salarial na US Soccer, federação de futebol do país. Segundo a documentação levantada no processo das atletas, a seleção feminina gerou 20 milhões de dólares a mais que a masculina e ainda assim elas recebiam menos que eles.

Outro caso recente de enfrentamento ao machismo no esporte partiu do time argentino Boca Juniors. A equipe encerrou as atividades de líderes de torcidas nos jogos do time principal, em parceria com a campanha Ni Una a Menos, que luta contra à violência de gênero na Argentina.

Assédio sexual é crime. O medo é real, mas não deixe se levar por ele e denuncie. Procure uma rede de apoio. Em caso de violência de gênero, ligue para o número 180, Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, e denuncie. O serviço é gratuito e preserva o anonimato da vítima.

 

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